Peixes-elétricos: uma das maiores riquezas da fauna amazônica
O poraquê não é o único! Vocês vão ficar chocados com tamanha variedade de espécies de peixes-elétricos que ocorrem na Amazônia
Redação Fatos & Notícias

Peixe-elétrico conhecido popularmente como sarapó, espécie Gymnotus carapo (Foto: P. Y. Le Bail/Divulgação)
Os peixes-elétricos são um grupo da ictiofauna (fauna de peixes) pertencente à Ordem Gymnotiformes. Esse grupo de peixes é conhecido pela capacidade de gerar e detectar campos elétricos no ambiente em que ocorre, sendo que essas características são utilizadas na comunicação, detecção de presas, defesa, reprodução e até mesmo para auxiliar a movimentação desses animais na ausência de luz. Algumas espécies são conhecidas popularmente como tuvira, sarapó, ituí e o famoso poraquê.
Com relação à diversidade do grupo, atualmente existem mais de 250 espécies desses peixes capazes de produzir eletricidade naturalmente, inclusive duas descritas recentemente (link para a matéria ao final do texto). O grupo apresenta ampla distribuição geográfica, se estendendo desde o Rio Salado (La Plata) na Argentina, até o Rio San Nicolas, no Sul do México, porém é na região Amazônica que está concentrada a maior parte da diversidade de espécies de peixes-elétricos, cerca de 80% da riqueza de espécies descritas.





Peixe-elétrico Ituí-cavalo, espécie Apteronotus albifrons (Foto: Per Erik Sviland/Divulgação)
Os peixes-elétricos são facilmente diferenciados dos demais grupos de peixes que ocorrem na região devido à combinação de algumas características físicas (morfológicas) únicas, que incluem corpo alongado e comprimido (achatado) lateralmente (lembra uma enguia), nadadeira anal extremamente longa e ausência de nadadeiras dorsal e pélvicas e, claro, pela capacidade de produzirem eletricidade. Por sinal, vocês sabem como esses animais são capazes de produzi-la? Não? Eu explico, ou melhor a evolução explica.
Esses peixes possuem um órgão especializado, o órgão elétrico, que é formado por células que se diferenciaram a partir dos músculos durante sua evolução, os eletrócitos. Assim como os nossos músculos geram eletricidade ao se contraírem, pela entrada e saída de íons de suas células, cada eletrócito também se carrega e descarrega o tempo todo.

Poraquê, uma das espécies de peixe-elétrico mais conhecidas da Amazônia, espécie Electrophorus electricus (Foto: Tristan Tan/Divulgação)
Cada vez que os eletrócitos são estimulados por um comando que vem do cérebro, eles produzem uma pequena descarga elétrica. Como o órgão elétrico é formado por milhares de eletrócitos que se descarregam ao mesmo tempo, um peixe-elétrico grande, como é o caso do poraquê, que pode chegar a mais de dois metros de comprimento, pode gerar até 860 volts numa única descarga. Todas as outras espécies produzem descargas elétricas mais fracas, que podem variar de um a cinco volts. Apesar da descarga elétrica forte que os poraquês produzem, ela não é letal para o ser humano devido à baixa amperagem (corrente elétrica). Mas ninguém aí vai me inventar de meter a mão em um poraquê para checar, não é mesmo?
http://portalamazonia.com/noticias/pesquisadores-identificam-mais-duas-especies-de-peixe-eletrico-na-amazonia
Artigo científico:
https://www.nature.com/articles/s41467-019-11690-z
Fonte: Portal Amazônia
Sobre nós

Nossa missão é informar de maneira isenta e independente e ser referência, no Estado, em conteúdo focado na responsabilidade social e ambiental.
Contatos
- Vitória - ES - Brasil
- (27) 3070-2951
- jornalfatosenoticias.es@gmail.com