Economia

Dívida Pública Federal tem aumento de 12,2% em 2024 e ultrapassa R$ 7,3 trilhões

Alta do dólar, correção de juros e demanda por títulos atrelados à Selic são exemplos de fatores que impulsionaram o crescimento

A Dívida Pública Federal (DPF) registrou um aumento significativo de 12,2% em 2024, alcançando a marca de R$ 7,316 trilhões, superando o valor de R$ 6,52 trilhões registrado em 2023. Os dados foram divulgados pelo Tesouro Nacional na última terça-feira (4).
O crescimento da DPF em 2024 é atribuído, em grande parte, à valorização do dólar, que subiu 27,3% em 2024, bem como a alta da Selic, por ter permanecido em 12,25% ao ano durante o mês de dezembro. A correção de juros resultou na apropriação de R$ 673,875 bilhões, incorporados ao estoque da dívida pública, o que contribuiu para o aumento no endividamento do governo.

A emissão de R$ 1,457 trilhão em títulos da Dívida Pública Mobiliária (DPMFi) também teve papel importante, com destaque para a emissão de títulos corrigidos pela Selic, que somaram R$ 945,02 bilhões. O perfil da dívida pública brasileira passou por mudanças em 2024. A participação dos títulos atrelados à Selic, que atraem investidores devido à alta taxa de juros, aumentou significativamente, passando de 39,66% para 46,29%.

Em contrapartida, a fatia dos títulos prefixados caiu de 26,53% para 21,99%, devido à baixa demanda por esses papéis em um cenário de instabilidade econômica. Já os títulos corrigidos pela inflação também apresentaram queda, de 29,76% para 26,96%. No mercado externo, a Dívida Pública Federal externa (DPFe) teve um expressivo crescimento de 38,87%, alcançando R$ 349,19 bilhões.

Em 2024, o chamado “colchão” da dívida pública — reserva financeira usada em períodos de turbulência — registrou uma queda, passando de R$ 982,37 bilhões em 2023 para R$ 860,15 bilhões no final do ano. Essa reserva agora cobre 6,24 meses de vencimentos da dívida — menor nível desde fevereiro de 2016. Em 2024, está previsto que o governo enfrente vencimentos de aproximadamente R$ 1,25 trilhão nos próximos 12 meses.

Apesar do cenário econômico instável, a estrutura da dívida pública segue dentro da previsão elaborada pelo Tesouro Nacional, através do Plano Anual de Financiamento (PAF), que estabeleceu intervalos de variação para os diferentes tipos de títulos.

Fonte: Epoch Times Brasil

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