Cultura

Museu revela detalhes escondidos no quadro “Moça com o Brinco de Pérola”

Pesquisa realizada por museu holandês identificou técnicas usadas por Johannes Vermeer para pintar o quadro e revelou que o famoso brinco é uma “ilusão”

A pintura Moça com brinco de pérola, do artista Johannes Vermeer, é uma das obras de arte mais famosas do mundo. Datada do século 17, ela está exposta no Museu Mauritshuis, na Holanda, onde é vista por cerca de 200 mil pessoas que visitam o local todos os anos.
Além da identidade da garota ser desconhecida, muitos outros mistérios rondam a obra. Em nota à imprensa, pesquisadores do museu revelaram alguns deles após realizarem uma análise aprofundada sobre a tela.
Eles descobriram, por exemplo, traços de cílios delicados e imperceptíveis a olho nu, além de evidências de uma cortina verde posicionada atrás da garota. Com o estudo, eles também puderam entender como Vermeer pintou a obra, quais mudanças ele fez e quais pigmentos ele usou. Quem imaginaria que o branco usado para pintar o brinco da moça tivesse vindo da Inglaterra?

Imagens de infravermelho revelam os detalhes do quadro (Foto: Reprodução)

A análise

O primeiro exame da pintura foi feito em 1994. Vinte e cinco anos depois, as possibilidades técnicas melhoraram significativamente e permitiram uma investigação mais profunda da obra. Nesta nova análise, foi possível verificar as alterações feitas pelo pintor durante o processo de criação: a posição da orelha, a parte superior do lenço na cabeça e a parte de trás do pescoço foram deslocadas.
Imagens por infravermelho revelaram que Vermeer começou a compor a pintura em vários tons de marrom e preto. Foi possível perceber pinceladas vigorosas e amplas nessas camadas, que agora ficam embaixo da tinta visível. Ele pintou os contornos da garota com finas linhas pretas.
Segundo o museu Mauritshuis, a pérola pendurada em sua orelha é, por sua vez, uma “ilusão”: ela foi feita com toques translúcidos e opacos de tinta branca e não há o gancho para pendurar o brinco na orelha.
“Nosso exame científico nos aproximou de Vermeer e da Moça. Combinar e comparar diferentes tecnologias científicas forneceu muito mais informações do que uma única tecnologia teria feito sozinha. Essa é uma imagem mais pessoal do que se pensava anteriormente”, afirmou Abbie Vandivere, chefe da equipe de pesquisa. “Esse exame também documentou a condição atual da pintura, o que significa que podemos monitorar de maneira ideal quaisquer alterações que possam ocorrer no futuro”.

Fonte: Revista Galileu

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