Saúde

Testes identificam mudanças precoces do Alzheimer antes que sinais apareçam

Um novo teste é capaz de levar ao diagnóstico precoce do Alzheimer ao detectar níveis anormais da proteína tau, quadro encontrado em quem está no estágio inicial da doença, antes do desenvolvimento de problemas cognitivos, de acordo com estudos, e estão agora publicados nas revistas científicas EMBO Molecular Medicine e Alzheimer’s & Dementia: The Journal of the Alzheimer’s Association.
Para realizar qualquer função regida pelo nosso cérebro, como pensar, falar, aprender, memorizar e planejar, entre centenas de outras coisas, é preciso que as células nervosas — os neurônios — enviem sinais umas para as outras. Essa comunicação se dá por impulsos elétricos e substâncias químicas que atravessam as sinapses, pequenos espaços que existem entre as células. Nos indivíduos com Alzheimer, certas alterações tóxicas fazem com que os neurônios deixem de se comunicar e morram.
Os cientistas acreditam que existem dois principais fatores por trás do processo e que envolvem duas proteínas diferentes: Beta-amiloide — que começa a se acumular e, junto com células mortas, forma depósitos entre os neurônios conhecidos como placas senis e Tau — que forma emaranhados neurofibrilares dentro das células nervosas.
O que está por trás desse acúmulo anormal de proteínas ainda é algo em estudo. Outras alterações também parecem interferir no processo, como problemas vasculares que impedem o aporte adequado de sangue e nutrientes, como a glicose, para o cérebro, além da existência de um processo inflamatório crônico, uma vez que as células responsáveis pela “faxina” local, como as gliais e os astrócitos, são impedidas de cumprir sua função.
De acordo com os pesquisadores envolvidos na pesquisa, uma maneira possível de melhorar os tratamentos é testá-los em pessoas nos estágios iniciais da doença, com mudanças biológicas evasivas, mas sem sintomas clínicos como a perda de memória.
“O desafio prático, entretanto, é que essas mudanças iniciais muito pequenas são incrivelmente difíceis de medir de forma confiável. Isso compromete nossas chances de identificar e recrutar pacientes pré-clínicos com a doença para ensaios clínicos”, explicou Kaj Blennow, professor da Universidade de Gotemburgo, em nota da universidade.
As descobertas relatadas nessas publicações mostram que as novas ferramentas altamente sensíveis captam as primeiras alterações da doença de Alzheimer no cérebro em pessoas clinicamente normais. “Essas ferramentas têm o potencial de avançar na triagem da população e nos ensaios clínicos”, apontou Thomas Karikari, também professor assistente da Universidade de Gotemburgo, que coliderou a descoberta.

Foto: Katarzyna Bialasiewicz/Getty Images

Fonte: UOL

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