Saúde

HIV: cientistas descobrem variante mais agressiva na Holanda

Cepa é suscetível a antirretrovirais e não deve ampliar epidemia de aids, afirmam especialistas

Uma junção de cientistas liderada pela Universidade de Oxford comunicou a descoberta de uma variante ainda mais agressiva do HIV na Holanda e países próximos. Ao todo, foram identificados 109 pacientes com essa cepa do vírus da aids que tinham de 3,5 a 5,5 vezes mais carga viral, além de que a sua contagem de células CD4+ do sistema imune se reduzia com o dobro da velocidade.
Só que de acordo com os cientistas, essa variante não deve ser capaz de desdobrar uma consequência como uma crise de saúde pública. Isso porque é um vírus de transmissão sexual e evolui mais devagar que a covid-19, por exemplo. O que não significa que não precisa de cuidado da vigilância epidemiológica.
A nova cepa se chama VB, já que é uma variante do subtipo B do HIV. “A idade, o sexo, local de nascimento e o modo suspeito de transmissão par aos 109 indivíduos era o mesmo que o típico dos soropositivos na Holanda, sugerindo que o aumento de virulência se atribui mesmo à linhagem viral”, pontuaram os cientistas, liderados, por Chris Wymant, de Oxford, em estudo publicado na revista Science.

Amostra de células humanas infectadas pelo HIV (Foto: NIAID-NIH)

Foi possível descobrir por conta da alta cobertura da vigilância epidemiológica para HIV na Holanda. Pois o país não tem uma epidemia grave, conseguindo analisar o histórico do vírus em amostras de mais da metade de seus pacientes.
A cepa VB foi descoberta em um contexto de atuação do projeto de vigilância virológica chamado BEEHIVE, que monitora países europeus. Nisso, foram encontrados 17 pacientes com essa variedade do vírus e depois, outros 92 foram encontrados em sequencias e amostras de vírus do HIV que a Holanda vem guardando há três décadas.
“Análises de sequências genéticas sugerem que essa nova variante surgiu nos anos 1990 a partir de uma mutação nova, não de uma recombinação entre vírus, e adquiriu maior transmissibilidade por meio de um mecanismo molecular de virulência ainda não conhecido”, dizem os autores.
Inclusive, o paciente mais antigo com a variante foi diagnosticado em 1998, o que faz com que os cientistas acreditam que a cepa do HIV tenha surgido por volta de 1990.

Fonte: Olhar Digital

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