Ciência

Poderoso laser de rádio é detectado a cinco bilhões de anos-luz da Terra

Uma intensa emissão a laser a cerca de cinco bilhões de anos-luz da Terra, foi detectada pelo radiotelescópio MeerKAT do Observatório de Radioastronomia da África do Sul (SARAO). A descoberta foi realizada por uma equipe internacional de astrônomos liderada por Dr Marcin Glowacki, da Curtin University, e representa o “megamaser” mais distante deste tipo já identificado até o momento.
Os megamasers são lasers astronômicos que não são emitidos em comprimentos de luz visível, mas sim em micro-ondas. Já os chamados “megamasers OH”, como aquele identificado pelo MeerKAT, são emissões com comprimentos de onda de 18cm, detectados quase exclusivamente nas galáxias infravermelhas.

O objeto recebeu o nome Nkalakatha, uma expressão na língua zulu que significa “grande chefe”. Ele foi identificado durante a primeira noite de um levantamento, que envolveu mais de três mil horas de observações do radiotelescópio MeetKAT.
Glowacki explica que, quando duas galáxias colidem, o gás presente nelas fica extremamente denso e pode desencadear emissões de feixes de luz.

“Este é o primeiro megamaser de hidroxila já observado pelo MeerKAT, e o mais distante já observado por qualquer telescópio até hoje”, ressaltou.

Representação de megamaser detectado por radiotelescópios (Foto: Reprodução/Idia/Laduma using data from Nasa/StSci/Skao/MolView)

Ele ficou surpreso com a detecção do megamaser em apenas uma noite de observações. “Isso mostra o quão bom é este telescópio”, comemorou. Os estudos dos masers de hidroxila e hidrogênio podem ajudar os astrônomos a entender melhor a evolução do universo.
Agora, a equipe está usando o telescópio para observar regiões estreitas do céu com alta profundidade, e planeja coletar medidas do hidrogênio atômico em galáxias distantes.

“Planejamos observações de acompanhamento do megamaser, e esperamos conseguir muitas outras descobertas”, finalizou o professor.

O artigo com os resultados do estudo foi aceito para publicação na revista The Astrophysical Journal Letters e está disponível no repositório online arXiv, sem revisão de pares.

Fonte: Canaltech

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