Ciência

Poeira de asteroide causou inverno de 15 anos que matou dinossauros

Durante os 15 anos que o pó do asteroide ficou na terra, as temperaturas globais teriam caído até 15°C, gerando um inverno prolongado

Por Gabriel Andrade

Os dinossauros morreram não pelo impacto do asteroide que colidiu com a Terra há cerca de 66 milhões de anos, mas por conta do inverno de 15 anos gerado pelo pó do meteoro. É o que diz a teoria mais aceita sobre a extinção desses répteis pescoçudos.
O cientista Cem Berk Senel, do Observatório Real da Bélgica, em Bruxelas, liderou a pesquisa publicada na revista Nature Geoscience. Ele investigou novamente as consequências do impacto que formou a cratera Chicxulub, e reuniu mais evidências que comprovam a teoria mais aceita.
O artigo aponta que o impacto do asteroide lançou nuvens dessas minúsculas partículas que bloquearam o Sol e poderiam ter impedido a fotossíntese das plantas por até dois anos após o impacto.

Como consequência, a vegetação teria morrido, resultando na fome de muitas espécies herbívoras, incluindo alguns dinossauros. Isso poderia ter ajudado a desencadear um evento catastrófico de extinção em massa.
A poeira pode ter permanecido na atmosfera por até 15 anos, sugerem os modelos da equipe. Durante este período, as temperaturas globais teriam caído até 15°C.

Esta é a primeira vez que simulações paleoclimáticas apontam para uma supressão de dois anos da atividade fotossintética e 15-20 anos de inverno com impacto induzido por poeira”, afirmou Senel à Nature.

Análise de vestígios jurássicos do asteroide

(Foto: Alamy/Nature/Reprodução)

Os cientistas analisaram uma amostra bem preservada de rocha formada na época do evento de extinção no que hoje é Dakota do Norte, nos EUA. Essas rochas contêm vestígios que os cientistas usam para marcar a mudança do período Cretáceo para o período Paleógeno na história da Terra.

Eles analisaram as quantidades de enxofre, fuligem e minerais chamados silicatos na amostra. Eles descobriram que a amostra continha muito mais partículas pequenas e finas de pó de silicato. Variando de cerca de 0,8 a 8,0 micrômetros de diâmetro do que o esperado. Agora, os cientistas esperam aprofundar os estudos para avançar na compreensão dos mecanismos exatos de morte que se seguiram ao impacto de Chicxulub.

Fonte: Giz Brasil

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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