Meio ambiente

Esponja carnívora ‘bola da morte’ e outras 30 espécies são descobertas no Oceano Antártico

Em uma das regiões mais remotas do planeta, cientistas identificaram mais de 30 novas espécies, entre elas uma esponja carnívora das profundezas

Por Letícia Lima

Uma esponja carnívora apelidada de “bola da morte” foi uma das descobertas mais impressionantes feitas por uma expedição que explorou as profundezas do Oceano Antártico. A equipe do Censo Oceânico Nippon Foundation-Nekton identificou mais de 30 novas espécies nas regiões mais remotas do planeta, incluindo caldeiras vulcânicas submarinasa Fossa de Sandwich do Sul e as ilhas Montagu e Saunders.
Durante uma série de expedições, foram encontradas mais de 2.000 espécimes coletadas de 14 grupos de animais, conforme repercutido pela resta The Guardian. Os cientistas ainda analisaram somente menos de 30% das amostras, mas tudo indica que há potencial para ainda mais descobertas.

Entre as novas espécies já identificadas está a esponja carnívora, apelidada de “bola da morte” (Chondrocladia sp. nov.). De aparência esférica, ela é coberta por ganchos microscópicos que capturam as presas, apresentando um comportamento incomum, já que as esponjas normalmente filtram partículas da água. Diferente das espécies conhecidas, essa esponja se alimenta ativamente de pequenos organismos, em vez de atuar como alimentadora passiva.

Junto com essa nova descoberta, os pesquisadores também identificaram vermes blindados e iridescentes, novas estrelas-do-mar, crustáceos até então desconhecidos — como isópodes e anfípodes — e moluscos raros, entre eles gastrópodes e bivalves. Além disso, os cientistas continuam analisando possíveis novas espécies, como corais negros e um potencial novo gênero de caneta marinha, que ainda precisam de confirmação laboratorial.

Até o momento, avaliamos apenas menos de 30% das amostras coletadas nesta expedição. A confirmação de 30 novas espécies já mostra quanta biodiversidade ainda não está documentada”, afirmou Michelle Taylor, chefe de ciência do Censo Oceânico Nippon Foundation–Nekton.

Entre os registros das expedições, no começo do ano tivemos a primeira filmagem in situ confirmada de uma lula colossal juvenil, captada em alta definição em um dos ambientes mais remotos do planeta. Para os pesquisadores, essas descobertas são apenas o começo, pois menos de um terço das amostras coletadas foram analisadas, e cada novo estudo pode revelar criaturas que a ciência ainda nem imagina existir.

Fonte: Aventuras na História

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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