Meio ambiente

Novas espécies de sapos e lagartixas descobertas na Austrália

Três novas espécies de rãs e lagarto na Ilha Dauan revelam a rica biodiversidade australiana e seu potencial turístico

Por Gabriel Marin

Recentemente, uma expedição científica resultou na descoberta detrês novas espécies de animais em Dauan Island, uma pequena ilha situada no extremo norte do Estreito de Torres, na Austrália. As novas adições à biodiversidade incluem duas rãs e um lagarto gecko, revelando a importância ecológica desta região isolada.
Com uma área de apenas 3 km², a Ilha Dauan é caracterizada por campos de rochas graníticas que dominam sua paisagem. O professor associado Conrad Hoskin, um ecólogo terrestre da Universidade James Cook, liderou a pesquisa e fez a descrição das novas espécies após uma expedição na ilha, que representa o ponto mais ao norte da Grande Cordilheira Divisória.

“Ao se aproximar da ilha, ela se assemelha a um grande triângulo emergindo do mar; conforme você chega mais perto, percebe que está diante de enormes blocos de granito do tamanho de carros e casas empilhados”, explicou Hoskin. Durante a exploração das formações rochosas, a equipe encontrou rapidamente o gecko, chamado Nactus simakal, graças à dica do pesquisador Alexander Davies, que suspeitava da presença de répteis ainda não catalogados na ciência.

O gecko apresenta um padrão listrado e pernas longas, características que o ajudam a se adaptar ao ambiente rochoso da ilha. Na segunda noite da expedição, durante uma chuva leve, Hoskin identificou dois chamados distintos de rãs. “Evidentemente, eram espécies desconhecidas até então”, afirmou.

A menor das rãs descobertas foi nomeada Choerophyrne koeypad (koeypad significa “montanha rochosa”) e se destaca por seus grandes discos adesivos nos dedos e um chamado agudo que lembra um som metálico. Com aproximadamente o tamanho de uma unha, essa rã é conhecida por sua intensidade vocal. Por outro lado, a rã maior recebeu o nome de Callulops gobakula (gobakula significa “pedras grandes”) e produz um coaxar similar ao do sapo verde. Esta espécie habita as fendas entre os blocos de rocha. Ambas as rãs pertencem à família microhilídeas e acredita-se que elas realizem a reprodução diretamente no ambiente terrestre, com os ovos chocando-se sem passar pela fase larval típica.

Hoskin observou que os parentes mais próximos dessas novas rãs estão localizados nas cordilheiras centrais da Nova Guiné. Ele comentou que as condições climáticas nas planícies do sul da Nova Guiné são menos favoráveis para essas espécies. “Essas rãs sobreviveram na Ilha Dauan devido aos profundos campos de rochas que as protegem do calor excessivo”, destacou.

Entusiasmo
A exclusividade dos novos habitantes da ilha é notável: “todas as três espécies certamente são endêmicas da Ilha Dauan. Não há outros habitats rochosos nas proximidades, nem em ilhas vizinhas ou nas planícies do sul da Nova Guiné”, acrescentou Hoskin. Torenzo Elisala, conselheiro da Ilha Dauan, enfatizou que essas descobertas ressaltam a singularidade do local. “Nossa comunidade faz parte da nação Guda Maluilgal há milênios, compartilhando uma conexão espiritual com a flora e fauna, assim como com nossos ancestrais que habitaram essas terras antes de nós”, declarou.

Elisala também expressou entusiasmo pelo potencial turístico gerado por essas novas descobertas: “é emocionante aprender mais sobre ciência e como isso pode contribuir para o turismo na ilha”. Segundo o ‘The Guardian’, os detalhes das novas espécies foram publicados em dois artigos na respeitada revista Zootaxa.

Fonte: Aventuras na História

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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