Asteroides pequenos próximos à Terra giram em alta velocidade, revela estudo

Pesquisa identifica que 79% dos objetos com menos de 140 metros completam rotação em menos de 2,2 horas
Por Pablo Nogueira
Cientistas do Instituto de Astrofísica das Ilhas Canárias, na Espanha, descobriram que a maioria dos pequenos asteroides próximos à Terra gira muito rápido. Durante o Congresso de Ciências Europlanet e da Divisão de Ciência Planetária, os cientistas apresentaram a pesquisa, liderada por Migel Alarcon. De acordo com o estudo, a equipe analisou 142 asteroides pequenos, que o Telescópio Gêmeo de Dois Metros (TTT) observou entre 2023 e 2025, em Teide, também na Espanha.
Os resultados demonstram que 79% dos asteroides pequenos próximos à Terra — aqueles com menos de 140 metros de diâmetro — giram tão rápido que completam uma rotação em menos de 2,2 horas. A pesquisa revela que 93% dos asteroides com menos de 25 metros completam o movimento em menos de 10 minutos. Os cientistas destacam o asteroide 2025 KS1, que quebrou o recorde a completar uma rotação a cada oito segundos.
Por que os asteroides pequenos próximo à Terra giram tão rápido?
Os asteroides pequenos próximo à Terra giram muito rápido devido ao efeito YORP, que, segundo os astrônomos, é o processo no qual a luz solar aquece sua superfície. Com isso, a radiação térmica gera impulso no asteroide, acelerando gradualmente sua rotação. Diferentemente dos asteroides maiores, compostos por “pilhas de escombros”, os menores são monólitos sólidos, que suportam rotações muito mais rápidas.
Os cientistas registraram essas rotações rápidas equipando o Telescópio Gêmeo de Dois Metros com sensores sCMOS, conseguindo captar centenas de imagens sem quase nenhum ruído. Além disso, os sensores conseguem captar taxas de quadro muito rápidas, possibilitando maior precisão para identificar os asteroides do estudo.
Desse modo, o estudo revelou que a maioria dos pequenos asteroides próximos à Terra gira muito rápido e em movimentos irregulares, ou em “tumbling”. Tal oscilação de movimento dificulta previsões sobre o comportamento de rotação futuro desses asteroides. O estudo, embora sem publicação oficial, desafia os modelos atuais sobre a evolução e estrutura de pequenos asteroides próximos à Terra.
Fonte: Giz Brasil









