Política

Delegado federal fala sobre seus projetos futuros

“Temos candidatos a prefeito que se dizem de Direita, tentando surfar na onda bolsonarista, por isso, pretendo ajudar a organizar a “Direita” na Serra, para evitar que esses oportunistas se declarem representantes dessa ideologia e usem de algum prestígio que pensam ter”

Durante dez meses, ele apresentou caminhos para a Serra alçar voos mais altos, denunciou irregularidades da atual administração e em momento algum se utilizou de subterfúgios ou negociatas eleitoreiras para se beneficiar politicamente.
Depois de ter a pretensa candidatura ao Executivo municipal vetada pelo partido (MDB), o delegado federal Márcio, como gosta de ser chamado, falou a este jornalista sobre os seus projetos futuros no meio político no município da Serra e sobre a decepção de ter sido cortado na última hora.
“Estou muito triste, porque tinha planejado fazer uma boa campanha. Mesmo sabendo que existe muita mentira nesse meio político, contratei minha própria enquete para saber o alcance do trabalho que já havia feito e descobri que meu nome estava em terceiro lugar, numa pesquisa feita com pessoas do povo. Considerando que estou fazendo política na Serra há menos de um ano, ficar à frente do candidato do prefeito e de deputados estaduais com mandato, é gratificante para mim. Fui vítima da falta de visão de alguns, que não tiveram fé para enxergar aonde eu poderia chegar, mas agradeço, de coração, a todos que me deram a oportunidade de construir valor ao meu nome como político”, agradece Márcio.
Perguntado sobre o que pretende fazer a partir de agora, o delegado disse que pretende organizar a Direita na Serra. “Vou apoiar todos os candidatos de “Direita” que vão concorrer aos cargos de prefeito, de vice-prefeito e de vereador e que apoiam o presidente Jair Messias Bolsonaro”.
Decepcionado, Márcio diz que o meio político, infelizmente, é solo fértil para negociatas, mentiras e mau-caratismo. “Percebi logo cedo que a política é o terreno da mentira, pessoas mentem sobre o caráter delas, sobre as intenções, sobre as ideologias. Algumas são capazes de vender a alma, depois que já negociaram a dignidade e a honra. Recebi alguns contatos de políticos querendo conversar comigo. A população sabe quem sou e acredito que posso ajudar, mas vou logo dizendo, não apoio nenhum político de esquerda, ainda que tenha algum tipo de simpatia pela pessoa física, não tenho nenhum apego às ideologias comunistas/socialistas.
Indagado sobre o seu lema “Uma cidade melhor para todos”, Márcio não titubeia em responder o que faria caso tivesse a chance de governar o município. “Sim, a pergunta é pertinente e a resposta é que: governar é diferente de fazer política. Se fosse prefeito da Serra, meu primeiro ato seria chamar os políticos com mandato para ajudarem na construção de nossos sonhos para essa cidade. Meu foco sempre será agregar valor para esse povo, alimentando o orgulho de ser da Serra”, afirma. Acrescentando que, nessas eleições, a ideologia política vai ser um fator determinante para o resultado final, pois foi essa a razão de ter sido excluído do processo eleitoral. “Eu sou uma ameaça para desmascarar fake news. Essa eleição municipal já tem candidato a fake news de 2020”, alerta.
Entretanto, perguntado se pretende sair do MDB e migrar para outra legenda, Márcio esclarece que essa não é uma opção. “No momento continuo no MDB. Brinco que, depois da terceira rasteira, nem me levantei ainda então, nem penso em mudar de partido”, admite.
Márcio acredita que o problema da política está mais nos homens do que nos partidos. “Bandidos e canalhas têm em todos os setores da sociedade. Tenho 21 anos de Polícia Federal, prendi muita gente, mas os bandidos que prendi têm mais dignidade e honra do que muitos políticos que conheci nesse tempo de pré-campanha. Trabalhei 10 anos em Rondônia com foco no combate ao tráfico de drogas e crimes ambientais, além do tempo prestado em serviço de plantão de 24 horas na Superintendência da Polícia Federal em Vila Velha, agora, conheço os dois lados da moeda. Precisamos com urgência combater esses personagens da nossa política”, alerta.
E acrescenta, “temos candidatos a prefeito que se dizem de Direita, tentando surfar na onda bolsonarista, por isso, pretendo ajudar a organizar a Direita na Serra, para evitar que esses oportunistas se declarem representantes dessa ideologia e usem de algum prestígio que pensam ter”, critica.
“Construí minha imagem com pouquíssimos recursos financeiros, mas com boas ideias e muita disposição para andar a Serra. Não me via como ameaça para ninguém, já que não tinha dinheiro para gastar e não ia negociar cargos e secretarias para ter apoio”.
“Condeno a atitude dos políticos serranos que se dizem de direita, mas na primeira dificuldade se vendem e passam para o outro lado. Isso desmoraliza o discurso de quem quer ser reconhecido como Direita Raiz.
Conversei com dois partidos de Direita, que se recusaram a conversar com um político de Esquerda que os procuraram. Vou continuar conversando com a Direita na Serra, para ajudar a todos. Estou colocando meu plano de governo à disposição de todos os candidatos, pois acredito que minhas ideias são as melhores para a Serra, principalmente na segurança pública, tenho muita experiência nessa área”.
Márcio finaliza a entrevista dizendo que entrou com recurso para que possa concorrer ao pleito, mas também se disse tranquilo se as coisas não acontecerem como o esperado. “Não sou candidato mais, mas há um recurso judicial em andamento, que é a última porta. Tenho fé que se der certo é porque Deus quis uma participação visível a “olhos nus” em toda essa história”.
O delegado federal termina dizendo que “combateu o bom combate e guardou a fé, a honra e a dignidade”, coisa rara de se ver no meio político. “Agradeço a todos que receberam meu cartão e ouviram minhas propostas, em especial, àqueles que depositaram suas esperanças de ver uma renovação na política da Serra”, finaliza.

Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

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