Comportamento & Equilíbrio

Uso de maconha na gravidez leva a mudanças comportamentais em crianças

Novo estudo publicado no periódico “Jama” revelou que filhos de mães que usaram cannabis durante a gestação têm maior risco de desenvolver comportamentos de tipo psicótico

Um estudo publicado na revista Jama Psychiatry relacionou o uso de maconha pelas mães durante a gravidez ao aumento de comportamentos de tipo psicótico nos filhos, durante a infância. A análise considerou dados de 11.489 crianças que foram acompanhadas como parte da pesquisa de Desenvolvimento Cognitivo do Cérebro do Adolescente (ABCD) dos Estados Unidos.
Dessas crianças, 655 foram expostas à cannabis no útero, de acordo com depoimentos das mães. Em comparação com as 10.834 sem exposição, os filhos de mulheres que usaram maconha durante a gravidez se mostraram mais propensos a ter comportamentos psicóticos, precisar de mais atenção, ter problemas sociais e de sono e apresentar habilidades cognitivas mais fracas.
Se a mulher continuou a usar maconha depois de descobrir que estava grávida, os efeitos negativos foram mais pronunciados, concluiu o estudo.

“O uso de cannabis, apesar do conhecimento da gravidez, pode representar uma forma preexistente e mais grave de uso de cannabis”, alertaram os autores no estudo.

Essa não é a primeira vez que o uso de maconha durante a gravidez é ligado a problemas no desenvolvimento infantil. Um estudo no Canadá publicado em 2019, também no Jama, descobriu que o uso de cannabis está vinculado a um risco maior de parto prematuro, descolamento prematuro da placenta, maior chance de internação na unidade de terapia intensiva (UTI) e menor peso dos bebês.
Além disso, em agosto desse ano outro estudo realizado no Canadá e compartilhado na Nature Medicine mostrou que filhos de mães que fumaram maconha durante a gestação têm mais chances de ter autismo. “Desencorajamos fortemente o uso de cannabis durante a gravidez e a amamentação”, disse Darine El-Chaâr, coautora do estudo, à CNN.
Os especialistas alertam que ainda se sabe muito pouco sobre os impactos do uso de maconha durante a gravidez. Ainda assim, ressaltam o fato de que as pesquisas reiteram cada vez mais a importância de interromper o uso de cannabis durante a gestação e a amamentação.
“O THC já foi encontrado no leite materno por até seis dias após o último uso registrado”, afirmou o Cirurgião Geral dos EUA Jerome Adams em comunicado. “Pode afetar o desenvolvimento do cérebro do recém-nascido e resultar em hiperatividade, função cognitiva deficiente e outras consequências de longo prazo”.

Fonte: Revista Galileu

Luzimara Fernandes

Luzimara Fernandes

Jornalista MTB 2358-ES

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