Política

A angústia de uma professora e uma líder comunitária

Candidatas a vereadora pelo município da Serra, professora e líder comunitária falam de suas angústias e vontade que têm em poder ajudar, caso consigam uma cadeira na Câmara. A professora de português da rede pública do município da Serra, Rita de Cácia da Silva, graduada em pedagogia e pós-graduada em alfabetização e letramento em educação especial, se diz preocupada com a educação no município, em especial com as crianças que têm déficit de atenção. “O déficit de atenção pode vir sozinho ou com a hiperatividade e, em sala de aula, quando isso acontece, é um caos, porque a criança, além de não prestar atenção, ainda atrapalha o desenvolvimento dos demais alunos. Esse é o grande problema que os professores da rede enfrentam dentro das salas de aula das instituições públicas. Existe uma carência muito grande de profissionais dessa área. Temos muitos professores sem experiência enfrentando esse problema em sala de aula”.
Para ela, o município precisa trabalhar a questão do ambiente familiar, pois ele influencia muito no processo de aprendizagem das crianças. É preciso criar mecanismos que trabalhem diretamente com a família da criança. Fazer um trabalho casado com a escola e a família. A família precisa estar engajada com a instituição de ensino, só assim teremos resultados positivos no futuro próximo.
“Outro tema que é também muito importante é o nivelamento por conhecimento dos alunos. Temos alunos que estão muito acima da média em sua sala e não podem passar para outras turmas mais avançadas por causa da idade. O grau de maturidade e conhecimento dessa criança precisa ser considerado. O critério de idade é ultrapassado e precisa ser mudado”, chama atenção Rita.
A líder comunitária Eronice Lopes Garcia de Oliveira, mais conhecida como Nice, formada em Gestão Pública, casada e mãe de dois filhos, disse que o que tem chamado mais a sua atenção é a quantidade de jovens usuários de drogas nas praças.
“Vejo que o jovem precisa ter o seu tempo ocupado e isso cabe ao poder público desenvolver ações que tornem isso possível. Infelizmente, nossas praças, que foram construídas anos atrás, onde antes víamos famílias inteiras desfrutando do espaço, hoje, estão tomadas pelo tráfico de entorpecentes. Esses jovens estão perdidos, sem rumo, sem estudo, sem motivação e sem perspectiva nenhuma de vida. Nesses oito último anos, vimos que não houve nenhum interesse por parte do município em desenvolver algo para essa população. Precisamos apoiar, incentivar e cuidar melhor deles”, desabafa.
“Outra geração que precisa ser melhor assistida é a do idoso. Eles estão abandonados. Recebi um relato sobre as condições de atendimento aos idosos no Terminal de Laranjeiras. Segundo ele, o atendimento é demorado e, acredite, as cadeiras são de madeira. As leis só existem no papel. Acredito que isso seja fruto de um conflito que a sociedade está vivendo. Não estamos preparando as crianças e os jovens para dar o valor necessário aos nossos idosos. Temos que pensar que a população brasileira está envelhecendo e com essa realidade, se não fizermos nada agora, o que será no futuro?”, questiona.

Legenda da foto: Nice e Rita (Foto: Haroldo Cordeiro Filho)

Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

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