Ciência

Tempestades desenterraram ossadas em cemitério viking de 1500 anos na Escócia

Fortes chuvas arriscam a preservação de centenas de ossos enterrados. Para tentar preservar a área, arqueólogos colocam sacos de areia sobre túmulos

As recentes tempestades nas Ilhas Órcades, no extremo norte da Escócia, desenterraram ossadas humanas de um antigo cemitério picto e viking de 1500 anos. Para preservar os restos mortais, voluntários da Universidade de Highlands and Islands empilharam sacos de areia e argila sobre as covas.
O cemitério foi criado no século 6 pelo povo nativo da região, os pictos, e foi usado por quase mil anos até a conquista da área pelos vikings, no século 15, que continuaram usando o local para enterrar seus mortos. “Não sabemos muito bem como essa transição aconteceu, se foi uma invasão ou se as pessoas viviam juntas”, afirmou Peter Higgins, do Centro de Pesquisa de Arqueologia das Ilhas Órcades, ao Live Science.
Segundo os especialistas, o sítio arqueológico já era conhecido antes das últimas tempestades: 50 anos atrás, 250 ossadas foram retiradas da área para serem estudadas. Entretanto, os arqueólogos ainda não sabem qual é a extensão do cemitério e temem que as chuvas fortes e o oceano destruam os corpos que estão por lá.

Para tentar preservar a área, arqueólogos colocam sacos de areia sobre túmulos (Foto: Orca Archaelogy)

“Toda vez que temos uma tempestade com um pouco de vento do sudeste, ela atinge a região e corrói ativamente o que é arenito macio [que compõe parte do cemitério]”, disse Higgins. “Os moradores locais e o proprietário da terra têm se preocupado bastante com [a possibilidade] do que resta do cemitério ser corroído pelo mar”.
Como explicaram os arqueólogos, as chuvas podem danificar seriamente os restos mortais, o que dificulta o estudo do material. Além disso, uma preocupação é a vulnerabilidade dos túmulos remanescentes às inundações, que podem causar o deslocamento das ossadas e fazer com que elas sejam perdidas.
É por isso que, para tentar proteger o sítio arqueológico, os especialistas colocaram os sacos de areia e argila em cima das tumbas. “Sabemos que os sacos de areia não são a resposta para proteger o local a longo prazo, mas fornecem alguma proteção”, escreveram os responsáveis pela conservação do cemitério em comunicado. “Assim que o clima voltar a ser seguro para que possamos substituir os sacos e proteger a área, pediremos ajuda [à população]”.
A equipe tem o intuito de continuar estudando os ossos centenários, principalmente porque testar o material genético dos cadáveres é fundamental para que os especialistas possam compreender a origem dos moradores daquela parte da Escócia. “Estamos bastante confiantes de que descobriremos que alguns moradores locais são parentes de pessoas no cemitério”, observou Higgins.

Fonte: Galileu.com

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