Livros para distrair os pequenos no confinamento
Os títulos que minha filha mais gosta, e outros que estão na fila
Artigo publicado na Folha de São Paulo
Nesses tempos de confinamento, continuo usando esse espaço de resenhas com dicas de livros. O tema agora é como distrair os pequenos. Minha filha tem pouco mais de dois anos e selecionei seus títulos preferidos. Elenquei também alguns que me apaixonei folheando em livrarias (quando a gente ainda podia sair) ou fuçando pela internet — esses já estão aqui e acredito que ela vá curtir em breve.
Ritinha pira na coleção do Pum, da Companhia das Letrinhas. Pum é um cachorrinho que, como diria aquela nostálgica locução da “Sessão da Tarde”, apronta altas confusões. Comprei para ela o “Soltei o Pum na Escola”, “O Pum e o Piriri do Vizinho” e “Deixei o Pum Escapar”, escrito por Bladina Franco e ilustrado por José Carlos Lollo.
Ainda na temática “fase anal”, outro de seus livros preferidos é aquele em que um ratinho muito curioso quer saber o que tem dentro da fralda de todos os filhotinhos que ele encontra pelo caminho. Ao final (alerta de spoiler), o ratinho mostra que em sua fraldinha não tem nada porque ele já fez cocô no peniquinho. E então todos os bichinhos também querem usar seus peniquinhos.
O livro é sensacional para a fase do desfralde e se chama “O Que Tem Dentro da sua Fralda”, escrito por Guido Van Genechten. E minha filha me ouviu falando “Guido” e já veio correndo me trazer sua coleção de livros do Gildo. Ela tem quase todos. “Gildo e os Amigos na Escola”, “A Irmã do Gildo” e o primeirão, que se chama apenas “Gildo”. Silvana Rando, que escreve e ilustra essa coleção, é minha amiga todas as noites e nem sabe que eu existo.
Da Panda Books, Ritinha ama um livro supercolorido e lindo chamado “O Livro do Papai”, de Todd Parr. Só eu era requisitada a lhe contar histórias à noite e, depois desse livro, às vezes ela quer o pai. Nesses dias consigo ver um pouco de seriado ou fazer exercícios físicos.
Da editora Ubu, os dois livros do Antônio Prata (“A Menina que Morava no Chuveiro” e “Jacaré, não!”) são os que eu mais vibro quando minha pequena escolhe. As histórias são sensacionais (como tudo que o autor escreve) e eu teria todas as ilustrações da Talita Hoffmann espalhadas pela minha casa (e nem por isso deixam de ser infantis).
Minha filha aprendeu mais vocabulário com esses dois livros do que com os clássicos que ensinam, propriamente, o nome de cada coisa.
“Bia e o Elefante” (Carolina Moreyra e Odilon Moraes) é sucesso absoluto por aqui, a história do livrinho ensina as diferenças (nos quesitos preferências e tamanho) entre uma coelhinha e seu amigo elefante.
E com “Muito Cansado e Bem Acordado”, de Susanne Straber, voltamos a falar de escatologias que salvam noites. No caso desse livro, antes do último bichinho fugir do cheiro ruim de pum Ritinha já pegou no sono.
Os ótimos livros que comprei e serão testados em breve são: “Famílias” (Ilan Brenman), “Amoras” (Emicida), “Um Abraço Passo a Passo” (Tino Freitas), “Quero Colo!” (Stela Barbieri), “Vazio” (Anna Llenas), “A Árvore Generosa” (Shel Silverstein), “Os Risadinhas” (Roddy Doyle).
Fonte: Folha.uol.com.br