Campo magnético da Terra pode mudar mais rápido do que se imagina

Estudo aponta que alteração ocorre 10 vezes mais rápido do que se acreditava e está associada ao enfraquecimento local do campo magnético
A Terra tem um núcleo formado por ferro e níquel que está há 2800 quilômetros abaixo da superfície. Devido à rotação do planeta, essas substâncias estão em constante movimento e criam correntes elétricas, formando um campo magnético. Além de ajudar a guiar os sistemas de navegação (como a bússola e o GPS), esse fenômeno protege a Terra contra partículas emitidas pelo Sol e mantém a atmosfera no lugar.
Pensando na importância desse sistema, pesquisadores da Universidade de Leeds, na Inglaterra, e da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, simularam, por meio de computadores, o comportamento do núcleo do planeta durante os últimos 100 mil anos para mostrar sua influência sobre o campo magnético.
O estudo, publicado na segunda-feira (6) na revista científica Nature Communications, revela que as mudanças na direção do campo magnético podem ocorrer até 10 vezes mais rápido do que se acreditava, atingindo até um grau por ano. Segundo os cientistas, isso ocorre devido a um enfraquecimento local da força do campo magnético.
Essas alterações geralmente acontecem quando o campo magnético inverte a polaridade ou quando o eixo dipolo — linhas do campo magnético que emergem de um polo e convergem no outro — se afasta dos polos Norte e Sul. O exemplo mais claro identificado na pesquisa foi uma mudança acentuada de aproximadamente 2,5 graus por ano, 39 mil anos atrás.
O autor do artigo, Chris Davies, afirmou, em comunicado, que ainda há pouco conhecimento sobre o assunto em períodos anteriores há 400 anos, mas essas informações são importantes para entender o funcionamento do núcleo do planeta.
Já Catherine Constable, coautora da pesquisa, explica que estudos mais aprofundados ainda são necessários. “Eles podem oferecer uma estratégia útil para documentar como mudanças tão rápidas ocorrem e se elas também são encontradas durante períodos de polaridade magnética estável como o que estamos experimentando hoje”, afirma Constable.
Fonte: Revista Galileu