Ciência

Maior mapa 3D do Universo é disponibilizado após 20 anos de pesquisas

Investigação internacional realizada por mais de 100 astrofísicos revela como o Espaço tem se expandido há 11 bilhões de anos

O Sloan Digital Sky Survey (SDSS) divulgou nesta segunda-feira (20) uma análise do maior mapa tridimensional do espaço já criado, preenchendo algumas das lacunas mais significativas na história do nosso Universo. Os novos resultados vêm do Estudo Espectroscópico de Oscilação de Baryon (eBOSS), uma colaboração internacional de mais de 100 astrofísicos que faz parte do SDSS.
“Juntas, análises detalhadas do mapa do eBOSS e experiências anteriores do SDSS fornecem agora as medições mais precisas do histórico de expansão [do Universo] no intervalo mais amplo de tempo cósmico”, disse Will Percival, pesquisador do eBOSS, em comunicado. “Esses estudos permitem conectar todas as medições em uma história completa da expansão do Universo”.
Segundo os cientistas, o mapa revela os filamentos e os vazios que definem a estrutura do Espaço desde quando tinha apenas 300 mil anos. O método também permitiu que os pesquisadores medissem padrões na distribuição de galáxias, fornecendo vários parâmetros-chave do nosso Universo com precisão superior a 1%.

Expansão do Universo

A história cósmica revelada no mapa mostra que, cerca de seis bilhões de anos atrás, a expansão do Universo começou a acelerar, ficando cada vez mais rápida desde então. A responsável por este fenômeno, por sua vez, é uma componente invisível conhecida como “energia escura”.
Entretanto, a nova medição revela que a taxa atual de expansão do Universo (a Constante de Hubble) é cerca de 10% menor que o valor encontrado em análises de galáxias próximas. Não existe uma explicação amplamente aceita para essa discrepância, mas uma possível explicação indica que uma forma de matéria ou energia do Universo primitivo influencie na questão.

Método

Para criar o mapa, os cientistas se dividiram em grupos e focaram especificamente em um quesito, variando entre análises de galáxias vermelhas, azuis e quasares. Ao todo foram mais de duas décadas de pesquisas para que resultaram em 20 artigos publicados até agora.
“Ao combinar dados do SDSS com dados adicionais do Cosmic Microwave Background, supernovas e outros programas, podemos medir simultaneamente muitas propriedades fundamentais do Universo”, explicou Eva-Maria Mueller, pesquisadora sênior da Universidade de Oxford que liderou a análise dos resultados do SDSS. “Os dados do SDSS cobrem uma faixa tão grande de tempo cósmico que fornecem os maiores avanços para medir a curvatura geométrica do Universo e medições da taxa de expansão local”.

Crédito da foto: Anand Raichoor (EPFL)/Ashley Ross (Universidade Estadual de Ohio)/
Colaboração do SDSS

Fonte: Revista Galileu

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