Omissão – Animais abandonados na Serra

O Centro de Controle de Zoonoses da Serra, um órgão onde o funcionamento deveria ser um modelo, se tornou marca da inoperância como tantos outros no município. Animais mortos, abandonados, maltratados e sem qualquer tipo de amparo vêm sendo presenciado pelo cidadão serrano há anos. Não existe nada que o órgão faça, as pessoas ligam, mas sempre informam que não podem fazer nada por causa das organizações defensoras dos direitos dos animais.
Me propus a escrever esse artigo por ter tido uma triste experiência, que me deixou indignado com a atual gestão do município no qual resido há mais de quarenta anos. Na rua onde moro em Bairro de Fátima, eu e alguns moradores adotamos um gato de rua que passou a fazer parte de cada família da localidade.
Chamado por todos de Mumú Black… porém, a alegria durou pouco, o animal acabou, depois de agonizar por vários dias na calçada de uma das casas, falecendo na minha garagem, onde mantinha um recipiente com água e outro com ração e uma espuma que servia de cama para pernoitar, depois das suas andanças noturnas.

O motivo dessa narrativa é que, após o encerramento do meu expediente de quarta-feira (22), após 12 horas de intenso trabalho, tentei falar, por telefone, precisamente às 16h38, com o senhor Gilberto Mário, e a atendente me disse que ele já tinha ido embora. Queria que ele me respondesse sobre a finalidade de o município manter um órgão com funcionários, energia, carros, combustível entre outras despesas mantidas pelo cidadão sem nenhuma efetividade.
Pelo amor e respeito que sempre tive pelos animais, princípio herdado dos meus saudosos pais, gostaria de questionar o prefeito, o secretário ou mesmo o gerente do centro de zoonoses, mas, infelizmente, até o fechamento da minha coluna, não obtive nenhuma resposta.
A falência dessa gestão é tão nítida que basta observar as baixas frequências de serviços como o fumacê nas comunidades; da colocação de remédios (venenos) nos bueiros para evitar a proliferação de ratos que, segundo denúncias, o centro de controle não dispõe desse remédio há anos; o de serviços de castração de cachorros e gatos, em que a sala de procedimentos cirúrgicos encontra-se trancada; de carros sem combustível; da falta de material de segurança (luvas, botas, uniformes…) para os funcionários e, por fim, o número defasado de agentes para visitação nas casas no combate à dengue.

Por isso, insisto em perguntar e espero respostas dos responsáveis: “qual a finalidade de se manter uma estrutura dessa, cara ao erário público e sem nenhuma efetividade… inoperante?”.