Engenheiros criam roupa que monitora condicionamento por meio do suor

Sensores presentes no tecido usam a transpiração para informar os níveis de acidez, sódio, cortisol, entre outros; informações podem ser monitoradas pelo smartphone

Engenheiros da universidade americana de Tufts inventaram um dispositivo que parece ter vindo do futuro. Trata-se de um tipo especial de roupa que integra um sensor flexível, possibilitando o monitoramento de diversos marcadores de saúde em tempo real por meio do suor. A invenção foi descrita na revista NPJ Flexible Electronics.
A ideia é que a vestimenta seja utilizada para avaliar as condições físicas de militares e atletas de alta performance. O dispositivo é capaz de medir, pela transpiração, os níveis de eletrólitos, como íons de sódio e amônia; lactato, substância produzida após a queima de glicose; acidez, entre outros.
Os biomarcadores avaliados no suor podem levar a uma série de diagnósticos: a concentração de sódio entrega o nível de hidratação do indivíduo, por exemplo, enquanto o cortisol pode ser usado para avaliar o estresse emocional.
“O suor é um fluido útil para o monitoramento da saúde, uma vez que é facilmente acessível e pode ser coletado de forma não invasiva”, afirmou o doutor Trupti Terse-Thakoor, principal autor do estudo. Ele explica que, em alguns casos, as informações coletadas pelas roupas podem, inclusive, substituir um exame de sangue.
Os sensores são conectados à vestimenta por meio de fios flexíveis revestidos com tintas condutoras. A composição das tintas determina o marcador a ser avaliado, como nos exemplos a seguir. Para medir a acidez, os fios são revestidos com polianilina, um composto químico conhecido por ter alta condutividade elétrica. Pequenas variações de acidez provocam alterações notáveis em suas propriedades químicas, possibilitando o monitoramento.
Para medir o lactato, os engenheiros revestiram os fios com um sensor enzimático capaz de incorporar a enzima lactato oxidase.
Não é necessário esperar que a atividade física seja concluída para que os indicadores presentes na roupa sejam analisados. Isso porque os sensores são conectados a microprocessadores que, por sua vez, são capazes de estabelecer uma conexão sem fio com smartphones. Desse modo, a saúde de quem veste o dispositivo pode ser medida em tempo real (basta que a pessoa transpire).

O professor Sameer Sonkusale, um dos responsáveis pelo estudo, explica que o sensor “faz parte de uma estratégia maior para fabricar dispositivos eletrônicos a partir de fios flexíveis”. A respeito do uso de sua criação, ele declara de maneira um tanto polêmica: “Dispositivos como este permitem o rastreamento da saúde não apenas de forma não invasiva, mas completamente discreta. O usuário pode nem sentir ou perceber”.

Fonte: Olhar Digital