Ciência

Estudo inédito revela como espermatozoides realmente “nadam”

Com microscopia 3D, pesquisadores descobriram que a cauda dos espermatozoides gira, e não chicoteia, como se pensava há séculos

Pesquisadores da Universidade de Bristol, na Inglaterra, e da Universidade Nacional Autônoma do México fizeram uma descoberta revolucionária no estudo da fertilidade: eles descobriram como os espermatozoides de fato “nadam”. O estudo foi publicado na última sexta-feira (31), na revista Science Advances.
Há mais de 300 anos, o cientista holandês Antonie van Leeuwenhoek usou um dos primeiros microscópios para descrever o espermatozoide humano como tendo uma “cauda que, ao nadar, chicoteia com um movimento de cobra, como enguias na água”. Essa descrição era a adotada pela ciência até agora. Mas, segundo o novo estudo, esse movimento na verdade, é apenas uma ilusão de ótica.
Utilizando microscopia 3D, a equipe — formada pelo brasileiro Hermes Gadelha, que estuda na Universidade de Bristol, e os mexicanos Gabriel Corkidi e Alberto Darszon — conseguiu reconstruir o verdadeiro movimento da cauda de espermatozoides. Com uma câmera capaz de gravar mais de 55 mil frames em um segundo, eles foram capazes de escanear o esperma nadando livremente.
A pesquisa revela que a cauda do espermatozoide se mexe apenas para um lado. Embora isso signifique que ele deveria nadar em círculos, o espermatozoide encontrou uma maneira inteligente de se adaptar e nadar para a frente: ele gira, como uma lontra. “A rotação de esperma humano no estilo lontra é complexa: a cabeça do esperma gira ao mesmo tempo da cauda. Isso é conhecido na física como precessão, como quando as órbitas da Terra e de Marte giram ao redor do Sol”, disse Gadelha, em nota.
Essa descoberta pode desvendar segredos da reprodução humana. “Com mais da metade da infertilidade causada por fatores masculinos, entender a cauda do esperma humano é fundamental para o desenvolvimento de futuras ferramentas de diagnóstico para identificar espermatozoides não saudáveis”, pontua o cientista brasileiro.

Fonte: Revista Galileu

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