Meio ambiente

Perda de gelo na Groenlândia aumentará nível do mar em 10 centímetros

Previsão é de que a temperatura na região aumente entre 4 e 6,6ºC até o fim do século 21, provocando o derretimento de bilhões de toneladas de gelo

Caso as tendências ao aquecimento global continuem, o derretimento de camadas de gelo na Groenlândia poderá provocar um aumento global de ao menos 10 centímetros no nível do mar até o fim do século 21. A previsão é fruto de um nova análise publicada em julho no International Journal of Climatology, realizada por uma equipe internacional de especialistas em clima e geleiras.
Segundo os pesquisadores, as estimativas são “conservadoras” considerando os possíveis efeitos devastadores das mudanças climáticas e as várias formas pelas quais a perda de gelo pode ser acelerada. Além disso, a previsão é consistente com estudos recentes divulgados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Liderados pelo professor Edward Hanna, da Universidade de Lincoln, no Reino Unido, os pesquisadores analisaram dados da temperatura do ar da superfície da Groenlândia entre 1991 e 2019. Assim, eles notaram que a região costeira apresentou um aumento de 4,4ºC no inverno e 1,7ºC no verão desse período.
Cruzando essas informações com modelos computacionais, os cientistas concluíram que cada grau Celsius adicional durante o verão equivale a cerca de 91 bilhões de toneladas de massa superficial de gelo perdidas por ano (ou uma perda anual de 116 bilhões de toneladas de massa total).
Ferramentas de modelagem climática global e regional também permitiram estimar que, até 2100, a Groenlândia provavelmente terá um aumento de 4,0 a 6,6ºC em sua temperatura. E isso poderá resultar em um crescimento de 10 a 12,5 centímetros no nível do mar em todo o mundo até o fim deste século. A análise ressalta como as regiões polares são mais sensíveis às consequências da mudanças climáticas.
“A camada de gelo da Groenlândia é uma das medidas mais sensíveis e confiáveis da mudança climática global”, afirma o professor Edward Hanna, em comunicado. “Aqui, usamos uma análise estatística relativamente simples dos dados e modelos dos últimos 30 anos como uma verificação do senso na previsão de futuras mudanças na massa da superfície do manto de gelo”.
Além disso, o estudo também explorou a relação entre as mudanças de temperatura na Groenlândia com o bloqueio de alta pressão atmosférica. Esse fenômeno, que consiste na presença de uma massa de ar maior do que o normal posicionada sobre a Groenlândia, desempenhou um papel crucial no derretimento de gelo da região.

Fonte: Revista Galileu

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