Giratória do Dório Silva
Oi, eu sou *ARGOS PANOPTES, mas pode me chamar de ARGOS. Meus 100 olhos estão sobre a cidade da Serra. Se você quiser a minha opinião sobre qualquer assunto, escreva nos comentários
Vamos falar sobre a obra na giratória do Dório Silva? Eu sou um crítico do que está acontecendo ali. Todos sabem que existe para aquele local um projeto arquitetônico de OSCAR NIEMEYER. Esse monstro da arquitetura é simplesmente o maior arquiteto que o Brasil já produziu. Dizem que quando o arquiteto comunista viu aquela circunferência, num instante teve uma ideia, o que não é de se duvidar.
Na minha opinião o desprezo pelo projeto do arquiteto OSCAR NIEMEYER é pura questão política. O atual prefeito não quer que algo idealizado pelo seu oponente político seja levantado ali, porque trabalha para apagar qualquer obra ou sinal que traga à memória o arquirrival.
Ao final da obra, já iniciada, iremos ter um viaduto e duas pracinhas. Isso é tudo que um craqueiro precisa para fazer de um local o seu habitat preferido.
Tenho receio de que possamos, no futuro, ter ali a mais nova cracolândia da Serra. Vai uma sugestão: ela pode se chamar CRACOFAX, ou seja, a cracolândia do …
Posso estar sendo pessimista, mas ninguém há de negar que um viaduto não acrescenta nada para a arquitetura de uma cidade. Trocar um projeto arquitetônico de OSCAR NIEMEYER por um viaduto e duas pracinhas é uma escolha ridícula (uso essa palavra para ser cometido na crítica).
Na política, para não receber crítica pela escolha, o gestor público precisa arrumar uma desculpa, que vem camuflada de justificativa. Assim, o povo sem um conhecimento amplo do contexto da obra, vai acreditar que o administrador está escolhendo o melhor para a cidade, e que teria feito apenas uma opção técnica.
A justificativa para a substituição do Centro Cultural por um viaduto e duas pracinhas é o trânsito que existe no entorno. Mas a motivação é fantasiosa, porque hoje, do jeito que está, só existe engarrafamento e trânsito nas imediações em dois horários do dia, às seis horas da manhã e às 18 horas.
A concentração de veículos ocorre nas proximidades da Supergasbras, porque vêm três pistas de Morada de Laranjeiras, que se reduzem em uma até a entrada na giratória.
Na saída da giratória para acessar a Avenida Paulo Pereira Gomes, que dá acesso ao já citado bairro Morada de Laranjeiras, também ocorre engarrafamento. Nesse caso às 18 horas. A razão é a mesma, são três pistas dentro da giratória, com apenas uma pista na saída para acessar à Avenida Paulo Pereira Gomes.
Outro ponto de estrangulamento na giratória ocorre no acesso à rotatória pelo Hospital Dório Silva. Ali, o problema é gerado pela localização de um ponto de ônibus dentro da rotatória, quando o veículo já se encontra fazendo a giratória. Sem falar que os ônibus impedem o acesso de veículos que se direcionam para o condomínio Aldeia das Laranjeiras, que está localizado atrás do hospital. Sinceramente, eu já andei pelo Brasil inteiro e não me recordo de ter constatada a presença de ponto de ônibus dentro de uma giratória.
Não sou Arquiteto, não sou Engenheiro, sou apenas um observador, mas não precisa ser muito inteligente para ver que soluções simples como a duplicação dos acessos e saídas da rotatória resolveriam o congestionamento pontual do trânsito que existe no local em horários específicos do dia, mantendo o círculo central livre para o projeto do gênio brasileiro da arquitetura.
Para quem quer ter turismo e cultura na Serra, os buracos que já estão sendo feitos ali no meio enterram o sonho de se ter um ponto de visitação para os turistas e um centro de produção da cultura serrana.
Você pode não concordar comigo. Não sou dono da verdade. Mas não quero correr o risco de ter mais uma cracolândia na Serra, agora na giratória do Dório Silva.
Vamos pensar sobre o assunto?