Saúde

A formação da personalidade do ser humano começa no útero

Texto: *Nágela Isa Carneiro Sirqueira

Você já percebeu o quanto se parece com seu pai ou sua mãe? Já parou para pensar o quanto eles influenciaram na formação do seu padrão emocional e suas crenças? Isso não é à toa! O aprendizado do ser humano se dá principalmente pela observação (repetição) e experiência.
Dentro do útero materno, o bebê já tem percepção do mundo através da sua mãe. Ele vivencia as emoções junto com ela.
Nosso corpo corresponde com ações orgânicas tudo que sentimos. Se for medo ou ansiedade, nosso cérebro dispara um comando para a secreção de adrenalina e dopamina, entre outros hormônios, no organismo. Isso causa aceleração dos batimentos cardíacos, enrijecimento dos músculos e bombeamento do sangue para as extremidades do corpo — que faz o útero se contrair e resfriar.
Assim como a alegria e o amor, levam à secreção de hormônios como ocitocina e serotonina, que causam a sensação de prazer, relaxamento muscular e satisfação.
Agora, pense que toda vez que a mamãe sente o bebê se mexer dentro dela, seus pensamentos irão desencadear as emoções relativas a eles e, consequentemente, a reação física correspondente. Esse bebê vai perceber que quando ele se manifesta, o mundo reage de uma determinada maneira. E esse é o começo de sua percepção como indivíduo.
Isso irá influenciar, inclusive, o momento do parto. Tanto a qualidade da experiência que a mulher irá viver, quanto a atuação do bebê no seu nascimento. E o parto é um dos momentos mais marcantes da nossa vida. As memórias ficam em nosso subconsciente e são registradas como emoções também. O medo ou a alegria desse momento vão fazer parte de nós, mais uma vez formando nossa programação mental e emocional.
Então, entenda que a rejeição, o acolhimento, o carinho, a autoconfiança, a alegria, a aceitação, a tristeza… vão sendo pouco a pouco configuradas, conforme cada momento que vivemos.
Então essa criança nasce! E passa a fazer parte daquela família, daquele contexto e vivencia o cotidiano daqueles pais e do ambiente que o cerca. Vai captando tudo que acontece, principalmente através da sua mãe, com quem tem uma simbiose neural muito forte ainda. É como se fossem uma só pessoa. E o que a mãe sente, ela percebe por seu comportamento, suas expressões, suas falas, seu humor…

Mulher grávida sentada perto da janela (Foto: Freepik)

Se à sua volta existe violência, tristeza, raiva, medo ou ignorância, ele vai crescer aprendendo a assimilar aquilo como uma verdade. E desenvolver sua personalidade de acordo. No entanto, se ele presencia amor, alegria, incentivo e carinho, vai desenvolver outras qualidades e emoções.
Ela está aprendendo com cada gesto, palavra e sentimento que vê, ouve e sente. Os pais são a principal referência da criança. É com eles que ela aprende o que é dor ou prazer. Constrói sua própria autoimagem e aprende a se manifestar no mundo.
Por esse motivo, mesmo que os comportamentos dos pais não tenham sido o melhor exemplo ou que já tenham causado sofrimento, o indivíduo tende a reproduzir. Primeiro, por ter aprendido daquela maneira. Segundo, porque temos um aspecto chamado lealdade parental, que nos faz repetir os mesmos padrões e comportamentos familiares, pelo senso de pertencimento e obrigação que, mesmo sem querer, acabamos reproduzindo.
O ser humano quer ser aceito, e seu primeiro núcleo de referência é a família. Mesmo que você não tenha recebido o amor que gostaria, ou não tenha aprendido da melhor forma como demonstrá-lo, isso não é desculpa para não fazer diferente. É sua obrigação como ser humano pensante e emocional, fazer mais e melhor que seus pais fizeram.
Não há caminho que não possa ser mudado, nem padrões que não possam ser transformados!

*Nágela Isa Carneiro Sirqueira
Hipnoterapeuta
Mentora Gestacional

Cel.: (27) 99947-8786
Instagram: @nagelaisa.oficial

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