Educação

Estudantes de Petrolina têm dentista na escola

Projeto da prefeitura, que leva dentista às escolas, atenderá mais de 450 crianças

O Ministério da Saúde recomenda aos gestores dos municípios que incentivem os profissionais de odontologia a promover ações preventivas em locais como escolas, creches e asilos. Geralmente, esse tipo de atividade envolve palestras, higiene supervisionada e aplicação de flúor. Mas em Petrolina (PE), o quadro foi além: passou a oferecer tratamento de cáries para crianças de três a sete anos dentro das próprias escolas, com o Projeto Sorrisinho.
A história começou em 2017, por iniciativa de uma dentista da Secretaria de Saúde, Tamires Coelho, de 33 anos. De jaleco colorido e acompanhada de um cachorro de pelúcia, chamado Dudu, Tamires atendeu as primeiras crianças na EM Professora Maria Odete Sampaio Gomes.
O tratamento de cáries é possível fora da unidade de saúde por meio de uma técnica pouco invasiva — o Tratamento Restaurador Atraumático (ART) — que substitui o “motorzinho” e outros equipamentos por instrumentos manuais. O consultório é montado na sala de aula ou no laboratório de informática.
“Mesmo sendo pequenininhos, muitos reclamam que sentem dor de dente”, afirmou a diretora do Centro Municipal de Educação Infantil João Paulo I, Rosalina Santana, 47 anos. Tamires esteve na escola entre março e julho de 2019, e cerca de metade dos 400 alunos foi atendida. A intenção era completar o trabalho no primeiro semestre deste ano, mas as aulas foram interrompidas pela pandemia do novo coronavírus.
“Tem muito pai que trabalha e não tem condição de levar o filho ao dentista”, disse Roseane Araújo, 35 anos. A dona de casa é mãe da Sara, de seis anos, uma das crianças atendidas no ano passado na CMEI João Paulo I. “Uma criança com dente saudável vai ser um adulto que não vai sofrer”.
Desde 2017, o Projeto Sorrisinho já atendeu duas mil crianças em 14 unidades da rede municipal de ensino, segundo a coordenadora de Saúde Bucal da Secretaria de Saúde de Petrolina, Roberta Araújo. O número se refere às crianças de três a sete anos que receberam restaurações e não inclui outros estudantes, de até 12 anos, envolvidos na parte educativa do projeto.
Com os resultados obtidos, Tamires passou a trabalhar exclusivamente nas escolas. Agora, 51 profissionais de atenção básica estão treinados e devem atuar, cada um, em uma escola após a retomada das aulas presenciais. A cidade tem 37 mil alunos matriculados em creches, pré-escolas e anos iniciais.
“Se vamos para uma sala de aula e atendemos 20 ou 30 crianças, já diminui a demanda por restaurações na Unidade Básica de Saúde”, afirmou Roberta. Enquanto as aulas não voltam, o Sorrisinho tem feito atendimentos em Centros de Referência de Assistência Social.

Fonte: MSN Notícias

Related Posts

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

EnglishPortugueseSpanish