Meio ambiente

Grande Barreira de Corais da Austrália diminuiu 50% desde os anos 1990

Análise aponta que as altas temperaturas marinhas causadas pelo efeito estufa são um dos os principais motivos para o declínio dos recifes

Um novo estudo, publicado no Royal Society Publishing, mostra que a Grande Barreira de Corais, no nordeste da Austrália, diminuiu cerca de 50% desde 1990 — tanto em seus recifes grandes, médios e pequenos.
O autor principal da pesquisa, Andy Dietzel, do ARC Centro de Excelência para Estudos de Recifes de Coral (CoralCoE), afirma que, embora existam vários estudos sobre as mudanças entre humanos e na natureza ao longo dos séculos, ainda não haviam sido analisadas as transformações nas populações de corais.
“Medimos as mudanças no tamanho das colônias porque os estudos populacionais são importantes para entender a demografia e a capacidade dos corais para procriar”, disse Dietzel em nota.
De acordo com o relatório, o declínio ocorreu tanto em águas rasas, quanto profundas, envolvendo praticamente todas as espécies – mas especialmente os corais ramificados e em forma de mesa (que servem como habitat para peixes). Estes foram os mais afetados por temperaturas recordes que desencadearam o branqueamento em massa em 2016 e 2017.
“Nossos resultados mostram que a capacidade da Grande Barreira de Corais de se recuperar está comprometida em comparação com o passado, porque há menos corais ‘bebês’ e menos adultos reprodutores grandes”, afirma Dietzel.
Os autores também afirmam que é urgentemente necessário que haja uma melhoria nos dados coletados para que se possa entender como as populações de corais estão mudando e se podem ou não se recuperar.
“Costumávamos pensar que a Grande Barreira de Corais é protegida por seu tamanho — mas nossos resultados mostram que mesmo o maior e relativamente bem protegido sistema de recifes do mundo está cada vez mais comprometido e em declínio”, disse o coautor Professor Terry Hughes, também do CoralCoE.
A mudança climática está causando um aumento na frequência de distúrbios nos recifes, como fortes ondas de calor. O norte foi a região mais afetada em 2016; em 2017 foi a parte central do ecossistema. Já em 2020, o branqueamento se expandiu ainda mais e inclui o sul.
“Não há tempo a perder — devemos reduzir drasticamente as emissões de gases de efeito estufa o mais rápido possível”, concluem os autores.

Fonte: Revista Galileu

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