Espécie extinta de tubarão comia irmãos no útero da mãe e nascia gigante
Cientistas lançaram teoria sobre como os bebês de espécie extinta de tubarões alcançaram impressionante crescimento embrionário ao devorarem seus irmãos ainda no ventre da mãe, segundo o portal Live Science
O megalodonte é uma espécie extinta de tubarão que viveu há 20 milhões de anos e que foi considerado o maior tubarão predador do mundo. Agora, um estudo desenvolvido nos EUA lançou uma nova teoria sobre como acontecia o crescimento embrionário da espécie. Primeiro, os pesquisadores calcularam o tamanho dos bebês de megalodonte analisando fósseis do esqueleto de um Otodus megalodon adulto que media cerca de nove metros de comprimento quando morreu. Depois, eles observaram “os anéis de crescimento” em restos do esqueleto preservado do tubarão. Esses anéis, são semelhantes a anéis em troncos de árvores usados para determinar a idade de uma árvore.
O novo estudo, publicado na revista Historical Biology, revela que os cientistas examinaram uma coleção rara de 150 vértebras do megalodonte cuja cartilagem tinha mineralizado, “a única coluna vertebral bem preservada da espécie no mundo inteiro”, escreveram. Usando tomografia computadorizada de raio X, os cientistas contaram 46 anéis de crescimento regularmente espaçados em três vértebras do megalodonte. Cada anel representou um ano de crescimento, sendo assim, o tubarão teria cerca de 46 anos de idade quando morreu.
Depois dessa constatação, foi identificado o anel de crescimento mais antigo, chamado “faixa de nascimento”, com o qual os cientistas puderam calcular o comprimento do tubarão enquanto era recém-nascido, estimando que o mesmo tinha cerca de dois metros de comprimento, o que é maior do que qualquer tubarão recém-nascido conhecido.
Alimentar bebês tão grandes teria gerado um alto custo de energia para a mãe, por isso, seus bebês poderiam preencher a escassez de nutrientes através do canibalismo e comendo seu irmão não nascido ainda no útero, sugere um dos principais autores do estudo, professor de paleobiologia da Universidade DePaul de Chicago (EUA) Kenshu Shimada.
“A oofagia, ou seja, o consumo de ovos, é uma maneira da mãe nutrir seus embriões por um período de tempo estendido”, explica o especialista. “A consequência é que, embora apenas alguns embriões por mãe sobrevivam e se desenvolvam, cada embrião pode se tornar muito grande ao nascer”, continuou.
A análise dos anéis vertebrais também revelou que os tubarões provavelmente cresceram lentamente, com uma taxa de crescimento pouco mais elevada durante os primeiros sete anos de vida.
Baseando-se no espaço entre os anéis, o megalodonte não experimentou um surto de crescimento rápido em sua juventude como alguns animais fazem. Isso pode ter acontecido porque o tubarão era grande o suficiente no nascimento para competir por comida e desencorajar ataques de predadores, concluíram os autores.
Fonte: Sputnik News Brasil