Anteossauro, o réptil exterminador que possuía o peso de um hipopótamo
Em meados do período Permiano, há cerca de 265 milhões de anos, o continente africano abrigou um predador letal que, apesar de possuir as dimensões de um hipopótamo, era a combinação ideal entre velocidade e força. O réptil anteossauro chegou a ser visto como lento e pesado por cientistas, mas novos estudos sugerem que ele era o sinônimo de extermínio e um dos caçadores mais eficientes da pré-história.
O anteossauro era membro dos dinocefálios, família de répteis semelhante aos mamíferos e anterior aos dinossauros, que se destacaram como “as primeiras espécies herbívoras e carnívoras que exterminaram os ecossistemas terrestres”. Todos os espécimes do grupo foram extintos cerca de 30 milhões de anos antes do surgimento dos primeiros dinossauros e registros fósseis dos dinocefálios foram encontrados em diversas regiões do mundo.
Para realizar o estudo, cientistas da Universidade de Witwatersrand em Joanesburgo, África do Sul, analisaram o crânio de um jovem Anteosaurus magnificus da região do deserto de Karoo, na África do Sul, com um aparelho de microtomografia de Raios-x (micro-CT), que permitiu a reconstrução completa das estruturas internas e externas do osso.
“Quando o crânio é adaptado à cabeça, o ouvido interno é inclinado para trás por causa de uma reorientação da caixa cerebral para absorver o estresse de combate cabeça-a-cabeça”, disse Julien Benoit, o principal autor do estudo, que logo reforçaria a importância da estrutura auditiva do animal para sua sobrevivência.
Um impressionante sistema sensorial
O primeiro vislumbre do ouvido interno de um anteossauro chamou a atenção da equipe de pesquisadores, que ficaram maravilhados com os resultados que alcançaram. Relativamente maior do que em comparação ao de seus parentes e outros predadores, o canal auditivo do dinocefálio permitia que o animal fosse extremamente ágil, graças a lóbulos no cerebelo chamados de flocculi.
“Ao criarmos a reconstrução mais completa do crânio de um anteossauro até agora, descobrimos que, de modo geral, seu sistema nervoso foi otimizado e especializado para caçar e atacar rapidamente, ao contrário do que se acreditava antes”, diz a doutora Ashley Kruger, do Museu de História Natural de Estocolmo, Suécia. “Isso lançará uma nova luz sobre as interações entre animais de um ecossistema totalmente extinto”, concluiu Benoit.
Fonte: Megacurioso