Tecnologia & Inovação

Air France realiza voo com óleo de cozinha usado

O Airbus A350 movido a biocombustível viajou da França ao Canadá

O uso de biocombustíveis em voos comerciais já é uma realidade, mas a opção escolhida pela Air France-KLM na última terça-feira (18) foi inusitada. A companhia aérea saiu de Paris, na França, rumo a Montreal, no Canadá, usando óleo de cozinha residual.
O voo 342 decolou do aeroporto Charles de Gaulle com uma mistura de 16% de combustível sustentável. Foi o primeiro voo de longa distância movido ao combustível sustentável da empresa, mas, dentro da Europa, em fevereiro, já havia realizado um voo de Amsterdã (Holanda) a Madri (Espanha).
Para garantir a segurança, o óleo de cozinha usado é refinado para atender exatamente às mesmas especificações técnicas do querosene tradicional. “Mostramos que a maior parte da solução está na inovação tecnológica”, afirmou o ministro dos transportes da França, Jean-Baptiste Djebbari.
A empresa aérea anunciou que a mistura de querosene e óleo de cozinha usado será adotado oficialmente a partir de setembro. Os primeiros voos serão entre Paris e Amsterdã.
Segundo a agência Reuters, a partir de 2022, os voos que partirem da França serão obrigados a usar ao menos 1% de combustível sustentável. Apesar de não parecer muito, a meta é mais ambiciosa do que as propostas da União Europeia de chegar a 2% até 2025 e 5% até 2030.
Além do desafio científico e tecnológico, ainda há o empecilho econômico. A Air France calcula que tal mistura gera um custo adicional de 4€ por passageiro. Para o valor ser competitivo é preciso que toda a indústria passe a adotar as opções ecológicas.

Emissões na aviação
Estima-se que o setor de aviação contribua com 2% das emissões totais de gases de efeito estufa no planeta. A indústria vem estudando possibilidades para reduzir suas emissões poluentes e o combustível de óleo de cozinha da Air France integra os testes de fontes alternativas.
Em 2013, o CicloVivo participou de uma viagem que não emitiu gás carbônico na atmosfera. O voo movido a plantas foi realizado na Colômbia.
Entretanto, para organizações ambientais, apenas a adoção de combustíveis não será suficiente para cumprir as metas climáticas. É preciso também reduzir o tráfego aéreo.
Na França, um projeto de lei busca proibir voos curtos. A ideia é tirar de circulação os voos que podem ser trocados por uma viagem de trem de menos de duas horas e meia. Com sistema ferroviário bem desenvolvido, o trem já é usado para realizar muitas viagens no país. De todo modo, a medida, por enquanto, afetou apenas algumas rotas de voo.

Fonte: CicloVivo

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