Pesquisa identifica possibilidades para vacina contra poderosa bactéria

Descoberta é um grande passo para o desenvolvimento de uma vacina contra doenças como a meningite
Recentes descobertas científicas apresentam potencial determinante para a tão esperada vacina contra a Haemophilus influenzae, resistente bactéria que causa infecções no trato respiratório e pode desenvolver doenças mais graves como meningite. Ocorre que existem inúmeras cepas desse microrganismo, o que dificulta o desenvolvimento de um imunizante eficaz. No entanto, pesquisadores da Filadélfia, nos Estados Unidos, acabam de encontrar uma solução para o problema ao identificar duas proteínas capazes de desenvolver resposta imune em diversas variações da bactéria em questão.
De acordo com a Medical Xpress, a Haemophilus influenzae tipo B (HiB) é a causa mais comum de contaminações bacterianas do trato respiratório, desencadeando doenças crônicas, como sinusite e também inflamações de ouvindo médio, por exemplo. Além disso, esse microrganismo pode causar infecções mais sérias, como meningite e sepse — resposta inflamatória que leva a uma série de complicações.
Atualmente, não existem vacinas ou outras abordagens eficientes para uma ampla proteção contra essa bactéria, resultando em uma morbidade significativa, principalmente em crianças. Além da alta resistência, existem inúmeras mutações da HiB, o que dificulta o desenvolvimento de um imunizante realmente eficaz contra as infecções. Os antígenos de superfície, que são normalmente usados, variam de cepa para cepa e, logo, os anticorpos contra uma variedade não garantem proteção contra outra.

Para contornar esse desafio, os pesquisadores do Hospital Infantil da Filadélfia, na Pensilvânia, concentraram estudos em duas proteínas adesivas de alto peso molecular (HMW1 e HMW2). Essas proteínas são importantes para o corpo humano, pois ajudam as células a aderirem à matriz extracelular. Contudo, também estão presentes na colonização da Haemophilus influenzae tipo B (HiB), o que despertou o olhar dos cientistas para a formulação de um imunizante.
O estudo, que utilizou camundongos, indicou que a imunização com as duas proteínas adesivas estimulou a produção de anticorpos contra uma cepa parental da bactéria. E, embora esses anticorpos fossem específicos da cepa em questão, os pesquisadores descobriram que a imunização com a vacina experimental também forneceu resposta imune contra a colonização bacteriana por outras cepas, mediadas pela citosina interleucina 17, presentes no sangue.
Dessa maneira, o experimento revela que os camundongos foram protegidos contra a infecção por cepas heterólogas — que possuem elementos diferentes ou elementos iguais em proporções distintas. Em outros termos, significa dizer que a potencial vacina a base de proteínas adesivas é capaz de estimular resposta imune contra diferentes cepas da poderosa e (quase) indestrutível bactéria.
Fonte: Olhar Digital