Cultura Meio ambiente

Por meio da arte, festival on-line traz diálogos sobre práticas de conservação do rio

Do dia 2 a 10 de agosto, o Seres-Rios Festival Fluvial realiza exposição de artes visuais e mostra de cinema, além de debate com encontro inédito entre Ailton Krenak e Marisol de la Cadena

Em meio à situação crítica de escassez de recursos hídricos na Bacia do Paraná, torna-se importante abrir o debate sobre a relação homem-água. Utilizando a arte, o evento on-line Seres-Rios Festival Fluvial busca trazê-lo junto ao diálogo com especialistas sobre o assunto. Em sua programação há mesas de debates, exposição coletiva de artes plásticas, mostra de filmes, cartografia inédita e conteúdo infantil sobre três dos mais importantes rios de Minas Gerais — Opará-São Francisco, Watú-Doce e Yékyty-Jequitinhonha — e as pessoas que moram no seu entorno.
Realizado pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG Cultural), a abertura ocorreu na segunda-feira, dia 02 de agosto, às 19h, com o debate sobre política cósmica: “A convivência de seres humanos com seres rios no mesmo planeta”, entre o líder indígena, ambientalista, filósofo e escritor Ailton Krenak e Marisol de la Cadena, antropóloga peruana, com a mediação de Ana Gomes. Em seguida, às 20h30, a conversa abriu espaço para a música e quem se apresentou foi a cantora Mônica Salmaso com o show “A Música dos Rios”, junto com o pianista André Mehmari e com o saxofonista e flautista Teco Cardoso. O evento acontecerá até o dia 10.
Para o espaço de diálogo, o festival trará debates relacionados à temática dos rios e seu futuro, com a participação de ambientalistas, urbanistas, antropólogos e pesquisadores. “Rios Urbanos: Qual o futuro dos rios nas cidades?”; “Futuro dos rios: O que podem os rios no mundo pós-desenvolvimentista?”, “Extinções: Como morrem os rios?”, “Desextinção — Como renascem os rios?”, “Ecossistêmicas: Podem rios vivos curar humanos?” e “Rios sujeitos de direitos: O que pensam os rios? Quem fala em seu nome?” são exemplos das conversas que irão compor o espaço.
Apesar dos debates diretos sobre o assunto, o evento dá importância ao diálogo também pelo viés artístico, como exposição de artes visuais com obras de artistas ligados à temática, como fotos, vídeos, dança e áudios dos trabalhos de Davi de Jesus do Nascimento, Edgar Xakriabá, Ana Pi, Nydia Negromonte, Paulo Nazareth e Sara Lana, além da mostra de cinema “Rios para ver”, que conta com 18 filmes retratando as riquezas naturais dos rios Doce, São Francisco e Jequitinhonha, além de seis produções sobre outros rios brasileiros e as tradições dos povos ligados às suas águas.

“Em um momento em que se discute as questões ambientais, a crise hídrica, especialmente em Minas Gerais — a caixa d’água do País — é urgente falar sobre os nossos rios e a nossa relação com eles. O Seres-Rios chega como um espaço múltiplo de diálogos e conhecimentos, que propõe perspectivas diferentes e plurais para pensar o lugar que os rios ocupam e deveriam ocupar hoje e no futuro. Uma abordagem multidisciplinar e de origens diversas para falar sobre águas e dos ensinamentos que brotam a partir delas”, diz Gabriela Moulin, Presidente do BDMG Cultural.

As crianças também fazem parte da sociedade afetada pela escassez hídrica e são contempladas pela programação. Para estarem desde pequenos atenciosos à questão das águas, o festival exibirá a gravação de um episódio especial do podcast Maritaca, programa voltada ao público infantil, além de oficinas e a transmissão do espetáculo “Pra Nhá Terra”, que aborda de forma lúdica e poética as questões ambientais do planeta, interpretado pelo grupo de teatro Ponto de Partida e Meninos de Araçuaí e banda.
O evento será transmitido de forma gratuita pela plataforma www.seresrios.org e ocorrerá do dia 2 a 10 de agosto.

Fonte: ((o))eco

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