Mobilidade Urbana na Serra

Sérgio Vidigal, prefeito do município da Serra, recebeu nossa equipe de reportagem, na última segunda-feira (02), para falar um pouco das dificuldades enfrentadas logo no início de seu governo e dos grandes desafios da mobilidade urbana, hoje, provocados pelo aumento no número de veículos e a falta de estrutura cicloviária, alternativa muito usada por algumas cidades brasileiras e europeias. Veja abaixo os tópicos tratados nesta entrevista.

Início de governo
Nosso governo teve um início muito difícil em função da pandemia, ficamos com o mandato um pouco preso, mas antenados às questões importantes que envolvem áreas públicas importantes como educação, saúde, mobilidade urbana entre outras. Já que o nosso planejamento estratégico 2000/2020 havia expirado e, com o tempo todo discutindo a pandemia, é logico, era e continua sendo a pauta mais importante de todas… sabíamos que a gente precisava planejar uma nova estratégia de governo com ênfase no nosso maior desafio: a mobilidade urbana. Estamos aguardando a conclusão de obras estruturante como o Contorno do Mestre Álvaro, interligação e construção de novas ciclovias, duplicação da Norte Sul e transformação da BR numa grande avenida.

Contorno do Mestre Álvaro

Como já disse, estamos aguardando a conclusão das obras que está prevista para dezembro de 2022. Foi postergada porque os recursos do governo federal estão sendo alocados de emendas impositivas da bancada, e, por isso, a obra não anda tão rápido, não está parada, está andando, mas o ritmo vai de acordo com os recursos oriundos da União. O Contorno, depois de concluído, vai nos permitir transformar a BR numa grande avenida e, com isso, criaremos corredores exclusivos de ônibus ao longo dela. O governo de Estado está consciente da necessidade de levar o terminal de Carapina para a BR, com a implantação de outro terminal para a região do centro da Serra e aí, ficariam apenas as linhas alimentadoras, diminuindo os grandes engarrafamentos e o tempo do passageiro dentro do coletivo e, consequentemente, o estresse provocado pelo trânsito lento.

Ciclovias
A construção de ciclovias representa um enorme passo em direção a uma Serra mais justa, inclusiva e democrática, por isso, estamos trabalhando na malha cicloviária. Vamos dar ordem de serviços nos próximos dias para a obra de ligação das ciclovias de Serra Dourada a Jacaraípe e vamos fazer, também, a interligação de Serra Dourada a Porto Canoa, então teremos uma ciclovia integrada que vai dar mais de sessenta quilômetros, permitindo que as pessoas possam ir do terminal de Castelândia até o terminal de Laranjeiras.

Sabemos que a grande parte do trabalhador, por não ter mais carteira assinada, tem que financiar o transporte coletivo e aí é bem provável que se use o veículo de duas rodas, que antes era usado apenas como atividade de lazer e hoje se tornou veículo alternativo, barato e saudável. Precisamos refazer o projeto que liga Serra a Jacaraípe, já temos a estrada, mas está faltando esse acesso.

Binário de Jardim Limoeiro
Outra obra de mobilidade urbana importante é o Binário de Jardim Limoeiro, que consiste em transformar vias paralelas e próximas — de mão dupla — em vias de sentido único, podendo vir a contribuir no melhor uso do espaço da via e na diminuição de conflitos entre veículos, pedestres e ciclistas. Ela está orçada em R$ 30 milhões e será licitada nos próximos dias, o que, sem dúvida, facilitará em muito o trânsito naquela região.

BR a Cidade de Pomar
Outra obra importante, que a princípio quem iria fazer era o Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit) e não fez, é a ligação da BR-101 à Cidade de Pomar, orçada em R$ 26 milhões, de forma que a gente possa dar alternativa de quem está no Civit possa usar a BR para chegar até o terminal de Carapina ou descer direto para terminais de outro município.

Obra do Contorno de Jacaraípe
Uma obra que é de competência do governo de Estado, por mais que estejamos revitalizando a Abdo Saad, a rodovia divide Jacaraípe. Esse contorno vai colocar o trânsito passando por fora de Jacaraípe, com previsão de entregarem entre março e julho de 2023. Ela pega depois do Terminal de Castelândia e vai terminar em Nova Almeida, no Terramar.

Viabilidade financeira
Sabemos que temos dificuldade financeira, já que a capacidade de investimento do município caiu muito e ainda têm algumas operações de crédito, feitas anteriormente, que estão sendo pagas, por isso, estamos trabalhando com a possibilidade de, a partir do ano que vem, fazer uma operação de crédito, dentro da capacidade de endividamento do município, é claro, para acelerarmos essas obras.
O prefeito frisou que, na mobilidade urbana, essas são as obras mais importantes para os próximos dois anos.