Gastronomia

Três plantas comestíveis que quase toda calçada tem

São plantas rústicas que resistem ao solo pobre e se adaptam ao clima extremo das cidades

Nas zonas urbanas é bem comum ver plantas nascendo espontaneamente em rachaduras de asfalto, canteiros esquecidos ou em frestas de calçadas. São plantas rústicas que resistem ao solo pobre, à ausência de terra e se adaptam ao clima extremo das cidades. O que a maioria não sabe, é que muitas dessas plantas são plantas alimentícias não convencionais (PANCs), ou seja, comestíveis.
“Essas plantas se alastram porque têm sementes que são adoradas pelo polinizadores (insetos), ou porque têm mecanismos reprodutivos que são supereficientes. Existem centenas de plantas que são de baixo porte, plantas rasteiras, que são tão pequenininhas que acabamos pisando nelas por aí. Já outras não são tão pequenas, mas como estamos acostumados a caminhar sem prestar muita atenção, elas acabam passando despercebidas”, diz Beatriz Carvalho, do empreendimento social Mato no Prato.
Beatriz fez uma lista de três plantas comestíveis possíveis de serem encontradas em quase todas as calçadas do Brasil.

Major-Gomes (Talinum paniculatum e Talinum triangulare)

(Foto: Fakomer/Flickr (CC BY-NC-ND 2.0))

Major-Gomes, João-Gomes, Caruru, Beldroegão… É comestível, nutritiva, suculenta e deliciosa. Ela tem em média 23% de proteína em matéria seca, e tem características nutricionais parecidas com a Ora-pro-nobis. Pode ser consumida em saladas, como recheio de tortas, panquecas, omeletes e pães. E pode substituir a couve nos sucos verdes.

Beldroega (Portulaca oleracea)

(Foto: Júlio Reis/Creative Commons)

É da família das Portulacas, sendo a mais comum a Portulaca oleracea (flores amarelas) e a Portulaca umbraticola (folhas coloridas). É rica em ferro e cálcio. Suas folhas devem ser consumidas cozidas ou branqueadas, devido ao excesso de oxalato, que pode ser prejudicial à saúde. É importante que a gente observe se a folha é achatada, pois pode ser confundida com a onze-horas (folhas pontiagudas, cilíndricas) que não é comestível. Pode ser usada em sopas, refogados, molhos para massas e até mesmo em chás. Suas sementes podem substituir a chia e o gergelim.

Caruru (Amaranthus SPP)

(Foto: Earl Benton/CC BY-SA 4.0)

Também conhecida como Bredo. Existem dezenas de espécies de caruru, algumas delas são plantas rasteiras (Amaranthus deflexus) e outras atingem um pouco mais de altura (Amaranthus viridis). Algumas apresentam cores avermelhadas (Amaranthus cruentus) e outras são mais coloridas (Amaranthus hybridus). Existem espécies que apresentam espinhos (Amaranthus spinosus). Dê preferência para consumir as espécies sem espinhos, e sempre consuma a planta cozida ou branqueada. Dos talos há receitas de panquecas, tortas, bolos e pastéis, e as suas sementes são extremamente nutritivas e saborosas, podendo ser acrescentadas à massa de pão, ao arroz e a vitaminas.

Confira este vídeo do Mato no Prato para mais detalhes sobre como utilizar essas plantas na alimentação

E se você quer conhecer mais sobre essas plantas comestíveis que nascem espontaneamente, você pode participar do curso intensivo “Tem Comida no Quintal” desenvolvido por Beatriz para falar sobre PANC e Alimentação Biodiversa.

Fonte: CicloVivo

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