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Escola leva cisternas à agricultura familiar e amplia renda no sertão do Piauí

Através da construção ou reforma destas estruturas, projeto Escola Beta quer levar acesso à água e aumentar comercialização de produtos da agricultura familiar

Graças à instalação de um açude, o produtor Thiago Coelho Rodrigues consegue obter renda pela agricultura orgânica e ainda ter a oportunidade de acessar créditos de carbono pela produção sustentável da agricultura regenerativa. Tudo isso em Betânia do Piauí, no sertão nordestino, onde a disponibilidade de água é cada vez menor.
Thiago conta que o açude chegou à região por meio da Escola Beta. O projeto quer, através da construção ou reforma destas estruturas, levar acesso à renda para famílias da agricultura familiar. Como resultado, de 2019 até o momento, 210 milhões de litros de água foram retidos anualmente e revertidos em alimento, higiene e renda.

“Ensinamos formas de reter a água no solo, aproveitá-la para o crescimento de vegetação adequada e converter isso em resultado financeiro”, diz João Costa Lima, cofundador da Escola Beta, ao dizer que o princípio base, além de levar água às populações, é incentivar o cuidado do solo com a prática da agricultura regenerativa.

Segundo João, um açude médio retém anualmente por volta de 15.000.000 de litros de água de chuva. Sem a existência do açude, a água costuma ser levada para a região semiárida por meio de caminhões pipa. “Cada açude construído evita a emissão de 150.000 litros de diesel. Além de possibilitar acesso à água e melhor produção, é possível evitar poluição do ar”, reforçou.
Do ponto de vista de Thiago, outro benefício do projeto é que as opções de comercialização se expandiram.

“É uma agricultura que não usa agrotóxicos. As pessoas gostam de saber que é orgânico e isso aumentou nosso mercado. A escola abriu a oportunidade para comercializar na cidade e isso mudou muito a realidades das pessoas”, afirmou.

Em paralelo aos processos produtivos gerados pela água e a queima de combustível fóssil evitada, todo esse processo gera créditos de carbono. “É a venda desses créditos que financia todo o nosso trabalho. Nossa meta é chegar até 2023 com um bilhão de litros represados e até 2030 com cinco bilhões de litros, atuando em mais cidades. Existem 1.200 cidades que podem ser transformadas, somente no Brasil”, projeta João.

Fonte: Um Só Planeta

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