Meio ambiente

Lista de “espécies perdidas” mais procuradas do mundo inclui árvore de Pernambuco, salamandra cega e aranha dançarina

Espécie de azevinho pernambucano foi visto pela última vez no Brasil em 1838. Lista é feita pela ONG Re:wild, que tem o ator Leonardo DiCaprio como membro fundador

Sabia que existe uma iniciativa global de cientistas em busca de “espécies perdidas”? Ela é encabeçada pela organização de conservação Re:wild, que tem o ator Leonardo DiCaprio como membro fundador. Como parte do esforço para encontrar animais, plantas e fungos que não são vistos há tempo pela Ciência, eles atualizaram sua lista de 25 espécies “perdidas” mais procuradas.
Ao todo, oito novas espécies passaram a integrar o registro, substituindo aquelas que já foram redescobertas desde o início do programa em 2017. Entre as novas adições estão uma árvore de Pernambuco, uma salamandra cega e uma aranha dançarina.
Representante brasileiro na lista de procurados, o azevinho pernambucano da espécie Ilex sapiiformis foi visto pela última vez no país em 1838, segundo a Re:wild, e seu status de conservação é considerado criticamente em perigo. Acredita-se que o azevinho pernambucano possa ser redescoberto em algum cantinho da Mata Atlântica, bioma mais desmatado do país desde a chegada dos colonizadores nos idos de 1500.

Além da espécie arbórea brasileira, também passou a integrar a lista uma aranha portuguesa “dançarina”, que foi descrita pela primeira vez em 1931 nas cercanias de um vilarejo no norte de Portugal. Os machos das chamadas aranhas-de-alçapão-de-Fagilde (Nemesia berlandi) costumam sapatear na frente de potenciais parceiras.
Outra recém-chegada à lista é a salamandra branca cega (Eurycea robusta). Ela foi descoberta em 1951 na cidade de San Marcos, no Texas (EUA) por trabalhadores que escavavam uma pequena fenda com água corrente no leito do então seco Rio Blanco. Ao longo dos anos, o rio mudou de curso, e a nascente onde ela foi encontrada está enterrada sob cascalho e sedimentos. Após sua descoberta, não houve outros registros de avistamento da salamandra branca cega.
A lista traz também uma adição inédita: pela primeira vez, um fungo aparece entre as espécies perdidas mais procuradas. É o Big Puma Fungus – também conhecido como Nahuelbuta austroomphaliaster. Descrito pela primeira vez em 1988, este fungo é endêmico da Cordilheira de Nahuelbuta, na floresta temperada da América do Sul. Na língua mapuche, nahuel é a palavra para “puma”, e butaé significa “grande”. O Big Puma Fungus é considerado um gênero monotípico, o que significa que pode ser o único de seu tipo por aí.

Ilustração do azevinho pernambucano: espécie foi vista pela última vez no País em 1838 (Foto: Alexis Rockman/Re:Wild)

Desde que iniciou sua busca por espécies perdidas em 2017, a Re:wild ajudou a reencontrar oito espécies por meio de expedições e análises científicas, incluindo uma tartaruga gigante das ilhas Galápagos e a maior abelha do mundo, encontrada na Indonésia.

“Quando iniciamos a busca por espécies perdidas, não tínhamos certeza se alguém iria redescobrir alguma vida selvagem em nossa lista de mais procurados”, disse ao jornal The Guardian Barney Long, diretor sênior de estratégias de conservação da Re:wild.

“Cada nova redescoberta nos lembrou que podemos encontrar esperança mesmo nas situações mais improváveis ​​e que essas histórias de espécies negligenciadas, mas fascinantes, podem ser um poderoso antídoto para o desespero”.
Essas e outras espécies fascinantes descritas na lista da Re:wild representam apenas uma ínfima parte da diversidade considerada perdida: os cientistas desconhecem o paradeiro de 2.200 espécies há pelo menos 10 anos. Perda de habitat, poluição, caça desenfreada e mudanças climáticas contribuem para a chamada sexta extinção em massa da Terra, impulsionada pelos próprios humanos.

Fonte: Um Só Planeta

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