Meio ambiente

Animal raro, leopardo-persa ferido tem futuro incerto em zoo

Estima-se que existam apenas mil exemplares do felino hoje, uma vez já considerado o “rei” dos predadores da região do Cáucaso

Após um resgate dramático em janeiro, um raro leopardo persa, ferido por uma armadilha de caça, tem futuro incerto enquanto se recupera em um zoológico no Iraque. O animal foi capturado após passar dias com a perna presa ao instrumento que o feriu, e ao ser encurralado caiu por cerca de 30 metros por um penhasco, sendo abordado no rio abaixo.
Especialistas de fora do Irã foram chamados para socorrer o animal, que teve a perna traseira direita amputada abaixo do joelho. A armadilha teria sido montada por um criador de cabras na região do Curdistão iraquiano.
O veterinário que atendeu Batifa, como foi apelidado o leopardo, teme por sua recuperação, uma vez que o zoológico, ou mesmo o Iraque inteiro, não possuem estrutura para alocar o animal, que passa por grande estresse e representa perigo para ele mesmo e para humanos. “[O leopardo] está com muito medo e por isso é muito, muito agressivo”, afirma o Dr. Hans Nieuwendijk, que operou o animal. “Se ele ficar [no zoológico], só espero que ele morra rapidamente”.

Batifa tem cerca de cinco ou seis anos de idade e pesa 65 quilos. O odor de outros grandes felinos no zoo faz com que o leopardo permaneça acuado, e mesmo possuindo um espaço de 120 metros quadrados para circular, apenas durante a noite, quando não há público, ele se locomove perto do chão, receoso.
No Iraque, calcula-se que haja 25 exemplares da espécie, um felino que já foi considerado o “rei” do Cáucaso, se espalhando também por regiões de Turquia, Irã, Armênia. Estima-se que existam menos de mil na natureza. Hana Raza, bióloga e fundadora de um programa de conservação de leopardos no Curdistão iraquiano, afirmou ao jornal britânico The Guardian que estes felinos percorrem florestas de carvalhos das montanhas, mas seu habitat está diminuindo.

O número destes leopardos na natureza é tão pequeno que a remoção de um único indivíduo coloca toda a população em risco. “Não sabemos o que estamos perdendo agora”, afirma a bióloga. Raza avalia que uma instalação europeia seria o melhor para Batifa, que seria tratado e usado em um programa de reprodução, mas continuaria sendo propriedade da região iraquiana, assim como qualquer prole em potencial. “Isso seria ótimo para a reputação do Curdistão”.

Fonte: Um Só Planeta

Related Posts

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

EnglishPortugueseSpanish