Chip implantado no cérebro é capaz de ler pensamentos
Em agosto do ano de 2020, Elon Musk apresentou uma das suas mais audaciosas apostas no mundo da tecnologia. A Neuralink, uma sociedade comercial neurotecnológica cofundada por ele em parceria com outros oito empresários, projetou um chip para ser implantado em cérebros humanos e servir como interface com máquinas.
A intenção era colocar esses planos em prática em 2022 e ser a primeira empresa a fazer isso nos EUA. No entanto, suas expectativas foram frustradas quando a Food and Drug Administration (FDA) — uma espécie de “Anvisa norte-americana” — emitiu autorização para outra empresa largar na frente.
Assim, no início deste mês, segundo o site Bloomberg, um paciente de um hospital em Nova York com esclerose lateral amiotrófica (ELA) recebeu um implante de interface com computador, que foi instalado num vaso sanguíneo de seu cérebro.
Projetado pela startup norte-americana Synchron, o dispositivo de menos de quatro centímetros chamado stentrode usa um total de 16 eletrodos para monitorar a atividade cerebral e registrar o disparo de neurônios enquanto uma pessoa pensa. Ele é capaz de decifrar os sinais emitidos pelos neurônios, amplificá-los e enviá-los via Bluetooth para um computador ou smartphone. Dessa forma, o stentrode “traduz” os pensamentos da pessoa, permitindo que ela recupere capacidades perdidas pela doença.
No caso do paciente norte-americano que recebeu o chip, ele já não consegue mais falar nem se mover. Tanto os médicos quanto os pesquisadores da Synchron, no entanto, acreditam que o procedimento será capaz de reverter o quadro de alguma maneira, permitindo que ele se comunique por e-mail e mensagens de texto, por exemplo. E isso, apenas, pensando. Ou seja, o dispositivo é capaz de, literalmente, ler a mente das pessoas. Esse foi só o primeiro caso nos EUA, na Austrália, a empresa já havia realizado o feito em quatro pessoas. E os resultados foram tão bem-sucedidos que elas foram capazes, até mesmo, de fazer compras on-line.
A Synchron parece realmente ser uma pedra no sapato de Musk. Isso porque a startup não apenas é uma concorrente direta como recebeu investimentos de ninguém menos do que o ex-presidente da Neuralink, Max Hodak, que deixou a empresa que ajudou a fundar após desentendimentos com o sócio mais famoso.
De acordo com o site Insider, os implantes da Synchron e da Neuralink têm aplicações imediatas semelhantes. Ambos são projetados para traduzir pensamentos humanos em comandos de computador e poderiam ajudar pacientes com doenças neurológicas como Parkinson ou ELA.
No entanto, os objetivos de Musk para a Neuralink parecem ser um pouco mais ambiciosos. Ele já alegou que a interface cérebro-máquina poderia dar às pessoas poderes telepáticos e tornar os humanos simbióticos com Inteligência Artificial, referindo-se ao dispositivo como “um Fitbit em seu crânio”.
Agora, é esperar para ver se o excêntrico bilionário vai acelerar seus planos agora que a empresa concorrente abriu essa enorme vantagem sobre a Neuralink. E torcer para que essas inovações tecnológicas tragam benefícios eficazes às pessoas.
Fonte: Olhar Digital