Ciência

Extinção em massa: estudo propõe nova data para a próxima catástrofe biológica

Um estudo publicado recentemente pela revista de divulgação científica Biogeosciences traz uma nova perspectiva sobre o próximo evento de extinção em massa. Este seria o sexto acontecimento do tipo a acometer o planeta Terra.
Intitulado “Relationship between extinction magnitude and climate change during major marine and terrestrial animal crises” (em português, “A relação entre a magnitude de extinção e a mudança climática durante grandes crises entre animais marinhos e terrestres”), o artigo prevê que a próxima catástrofe biológica ocorrerá por volta do ano 2500. Tanto o futuro evento como os anteriores são associados a algum tipo de mudança climática extrema, seja por aquecimento ou resfriamento.

Kunio Kaiho, especialista em clima da Universidade de Tohoku e autor do estudo, encontrou uma relação praticamente linear entre a temperatura média da superfície terrestre e a biodiversidade do planeta, na qual desvios acentuados da temperatura indicam extinções em massa. No passado, os maiores eventos aconteceram em decorrência de resfriamentos de aproximadamente 7ºC, enquanto aqueles causados por aquecimento ocorreram graças a um aumento de 9ºC.

Sexta extinção em massa
A comunidade científica estima que a sexta extinção em massa será desencadeada por um aumento de 5,2ºC na temperatura terrestre. Kaiho, por outro lado, acredita que isso acontecerá mediante um aquecimento de 9ºC. Segundo o pesquisador japonês, tal temperatura será alcançada “no Antropoceno por volta do ano 2500, no pior cenário”.

Embora afirme que o evento não será tão devastador como os que o precederam, Kaiho aponta a existência de evidências de que a biodiversidade do planeta já está em processo de declínio. Ele acrescenta que é difícil prever a próxima extinção em massa usando apenas a temperatura da superfície terrestre porque suas causas não serão iguais às de eventos anteriores. Isso se dá porque o próximo acontecimento não decorrerá de uma transformação abrupta do clima, mas de uma mudança gradual da temperatura terrestre.

A última extinção em massa ocorreu há cerca de 66 milhões de anos, varrendo os dinossauros do planeta Terra e encerrando o período do Cretáceo. Sua causa é motivo de controvérsia, mas a hipótese mais famosa aponta para a colisão de um asteroide enorme que teria deixado uma cratera submarina perto de Yucatán, no México.

Fonte: Olhar Digital

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