Crocodilo ancestral tinha os ovos mais duros já registrados
Um time de paleontólogos da Universidade de Zaragoza descobriu uma espécie ancestral de crocodilo que punha os ovos com as cascas mais grossas já registradas por cientistas. O animal, denominado Pachykrokolithus excavatum, foi contemporâneo dos dinossauros e viveu há mais de 66 milhões de anos onde hoje é a província de Huesca, na Espanha.
Em um estudo publicado na revista Historical Biology, os pesquisadores compararam os mais de 300 fragmentos de cascas de ovos encontrados a exemplares de outras espécies de crocodilo, tanto vivas como extintas.
“As cascas correspondentes a esses fragmentos são as mais grossas já encontradas nos registros fósseis ao redor do mundo. Sua descoberta contribui para a riqueza paleontológica da província de Huesca e reforça a importância do estudo da extinção ocorrida no período Cretáceo”, afirmou a Universidade de Zaragoza em um comunicado.
A sobrevivência do crocodilo
Depois das aves, os crocodilos são os parentes vivos mais próximos dos dinossauros. Contudo, os répteis gigantes foram extintos, ao passo que ainda podemos ver muitos crocodilos soltos pela natureza. O que explica isso?
Em primeiro lugar, os crocodilos possuem uma invejável resistência à fome: eles podem ficar meses sem fazer uma refeição sequer, com exemplos extremos de indivíduos passando até três anos sem comer. Isso foi particularmente útil no período após a queda do meteoro durante o Cretáceo, no qual era muito difícil encontrar fontes de alimento.
Somado a isso, os crocodilos são mestres em economizar energia, já que passam a maior parte do dia deitados e parados. Os dinossauros, por outro lado, precisavam frequentemente correr atrás de presas ou fugir de predadores, o que consumia muita energia e exigia que eles ingerissem mais comida em menos tempo.
Por último, eles se beneficiaram de seus habitats. No caso dos dinossauros, a colisão do asteroide desequilibrou completamente o meio terrestre, onde eles viviam — o impacto vaporizou rochas, gerando densas névoas, bloqueando o Sol e impedindo a fotossíntese que sustenta a base das cadeias alimentares. Entretanto, os crocodilos, naturais de regiões com lagos e rios, não passaram pela mesma fome — plantas e animais mortos eram ingeridos por criaturas aquáticas e estas, por crocodilos, logo, o seu suprimento de comida não foi gravemente afetado.
Fonte: Olhar Digital