Empresas se unem para produzir hidrogênio renovável no Brasil
A parceria com Shell Brasil, Raízen, Hytron e Senai prevê a construção de duas plantas dedicadas à produção de hidrogênio a partir do etanol e um posto de abastecimento veicular
A parceria com Shell Brasil, Raízen, Hytron e Senai prevê a construção de duas plantas dedicadas à produção de hidrogênio a partir do etanol e um posto de abastecimento veicular. A USP, o Senai e as empresas Shell Brasil, Raízen e Hytron assinaram, na última quinta-feira (1º), um acordo de cooperação para o desenvolvimento de duas plantas de produção de hidrogênio renovável a partir do etanol.
A parceria tem como foco a construção de duas plantas dedicadas à tecnologia de produção de hidrogênio a partir do etanol, uma com capacidade para produzir 5 kg/h de hidrogênio e a outra quase 10 vezes maior, com capacidade de 44,5 kg/h.
O acordo também prevê a construção de uma estação de abastecimento veicular para os ônibus que circulam pela Cidade Universitária, em São Paulo. Com início da operação previsto para 2023, a estação será um dos primeiros postos a hidrogênio do mundo.
Os veículos deixarão de utilizar diesel e os tradicionais motores a combustão interna para começar a utilizar hidrogênio produzido a partir do etanol e motores equipados com células a combustível (fuell cell). A iniciativa surge como uma solução de baixo carbono para o transporte pesado, incluindo caminhões e ônibus.
“Esse é um projeto de excelência, que dará muita visibilidade não só às empresas e à USP, mas ao tema da sustentabilidade. São grandes iniciativas como essa que incrementam todo um ecossistema de inovação, levando a USP a um novo patamar em relação ao desenvolvimento sustentável”, afirmou o reitor Carlos Gilberto Carlotti Júnior.
Para o diretor de Tecnologia da Shell Brasil, Olivier Wambersie, “o projeto de posicionar o etanol como um vetor de hidrogênio se encaixa na estratégia da Shell de acelerar a transição de seus negócios para a emissão zero de carbono até 2050. Desenvolver soluções para a descarbonização em diferentes setores é atender à demanda da sociedade por uma energia mais sustentável”.
“Este ato é muito representativo da cooperação entre o mundo acadêmico e o mundo empresarial, necessário e fundamental para o desenvolvimento econômico não só do Estado de São Paulo, mas do país. A sustentabilidade, em especial a com foco na economia de baixo carbono, é um dos eixos fundamentais do desenvolvimento atual. Estou muito empolgado com esse projeto”, afirmou o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Marco Antônio Zago.
Também participaram do evento o CEO da Raízen, Ricardo Mussa; o presidente da Hytron, Marcelo Veneroso; o diretor-executivo do Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil do Senai (Senai-Cetiqt), Sérgio Luiz Souza Motta; e o diretor-executivo da Fundação de Apoio à USP (Fusp), Marcílio Alves.
Transformando etanol em hidrogênio
O professor da Escola Politécnica (Poli) e diretor-geral do Research Centre for Gas Innovation (RCGI), Júlio Meneghini, apresentou a pesquisa desenvolvida no RCGI e as etapas para a implantação do projeto.
O hidrogênio a partir de etanol será produzido de forma inovadora com o biocombustível fornecido pela Raízen e a tecnologia desenvolvida e fabricada pela Hytron, com suporte do Instituto Senai de Inovação em Biossintéticos e Fibras. Por meio deste acordo para a produção de hidrogênio verde, a produção de renováveis inicia uma nova etapa, contribuindo com a descarbonização da economia e ampliando seus portfólios de produtos.
Com sede na Poli, o RCGI é um centro de pesquisa em engenharia que desenvolve pesquisas voltadas para o uso sustentável de gás natural, biogás, hidrogênio, gestão, transporte, armazenamento e uso de CO₂.
Fonte: CicloVivo