Política

Denúncias sobre APA em Fundão não têm fundamentos

Em entrevista ao Fatos & Notícias, o prefeito do município, Gilmar Borges, assim como o vice, Murilo Coutinho e o secretário de Meio Ambiente, Jefferson Gomes, garantiram que os guaiamuns da região estão bem protegidos

Depois de denúncias ‘infundadas’, segundo fontes ouvidas pelo Fatos & Notícias, o prefeito de Fundão, Gilmar de Souza Borges tratou de tranquilizar os munícipes e ambientalistas que ficaram preocupados com o grande movimento de máquinas em obras próximas à Área de Preservação Ambiental (APP) dos guaiamuns (nome científico: Cardisoma ganhumi), localizada ao lado da EMEF Praia Grande. Para o prefeito, os trabalhos que estão em operação são investimentos que fomentarão áreas importantes para o desenvolvimento do município, em especial, à educação e ao turismo e ao meio ambiente.

“Estamos fazendo, em Praia Grande, o que nunca aconteceu na história de Fundão, nem mesmo nos meus mandatos anteriores. Embora todas as grandes e importantes obras do distrito tenham sido feitas, o momento é ímpar para o município”.

Gilmar Borges e Murilo Coutinho, prefeito e vice, respectivamente (Foto: Haroldo Filho/F&N)

Quando chamamos Murilo para participar com a gente desse projeto de reformulação para a cidade, foi porque queríamos dar um tratamento diferenciado não só em Praia Grande, mas em todo o município. Hoje, temos obras em todos os cantos de Fundão e, aqui, em Praia Grande, estamos pavimentando as ruas Rio de Janeiro, Espírito Santo e Porto Alegre. Também temos projeção para construirmos um grande centro de eventos com capacidade para 50 mil pessoas, além da instalação de refletores no campo de futebol”, enfatizou o prefeito.

Lembrando que a prefeitura tem atuado para atender todas as demandas da cidade como um todo, Gilmar faz questão de frisar o projeto da orla, que ele terá início no manguezal, na cabeça da ponte, e será feito um trabalho harmonizando o meio ambiente com o progresso, que mais cedo ou mais tarde um dia chega.

“Na área dos guaiamuns, próximo à EMEF Praia Grande, estamos dando atenção específica ao projeto da orla, que envolve as secretarias de Meio Ambiente, Educação e Turismo”, explica, acrescentando em seguida entender plenamente a atitude dos moradores que denunciaram, “gestão pública é assim mesmo, isso mostra que a população está atenta e participativa. As pessoas se assustam quando veem alguma intervenção em área de preservação, mas a área dos guaiamuns está sendo tratada com muito critério técnico e total atenção à preservação ambiental”, afirmou Gilmar.

Para o vice-prefeito, Murilo Coutinho, a denúncia tem a ver com uma nova mentalidade dos munícipes, uma vez que o município teve dezesseis anos de abandono e a atual gestão, ao assumir, fez um levantamento das prioridades. Para ele, isso mostra o quanto o trabalho tem sido sério e o quão antenada está a população, ao mostrar seu interesse fiscalizando as ações do poder público.

“Isso é democracia, e democracia só é possível com a participação de todos. Hoje, a atual gestão está realmente trabalhando, coisa que não aconteceu nos governos antecessores. Quando assumimos, fizemos um levantamento das necessidades e o meio ambiente e o turismo têm sido as áreas que escolhemos para dar o pontapé inicial. Como o prefeito Gil já falou, temos projetos voltados para essas duas áreas”, destacou.

Murilo faz questão de deixar bem claro o que realmente aconteceu em relação à denúncia envolvendo a secretaria de Meio Ambiente do município, assim como as resoluções de preservação que serão tomadas pela municipalidade.

“Nós precisamos do voto de confiança da população porque temos mais dois anos de projetos aí pela frente e as obras estão acontecendo. Essa obra no entorno da área dos guaiamuns é uma obra simples de se fazer e, para cumprir com todos os protocolos ambientais, colocaremos portaria, cercamento e faremos o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD), ações que são exigidas pelos órgãos ambientais como parte integrante do processo de licenciamento de atividades degradadoras ou modificadoras do meio ambiente. Estamos projetando Fundão para o futuro”, esclarece o vice-prefeito.

Jefferson Oliveira, secretário municipal de Meio Ambiente de Fundão (Foto: Haroldo Filho/F&N)

Jefferson Oliveira, secretário municipal de Meio Ambiente corroborou a fala do vice-prefeito e relatou que a atividade na área está totalmente amparada em legislação e transcorrendo em conformidade com seu documento de regularização ambiental, ou seja, não há irregularidades.

“A atividade de desassoreamento do corpo hídrico compete ao requerente da atividade, nesse caso, o município. A atividade em questão não alterou o curso d’água, apenas promoveu o seu desassoreamento para melhor escoamento das águas em períodos de chuvas, que já se inicia no próximo mês. Ressalto ainda que, tecnicamente, foi escolhido o melhor local para colocar os equipamentos necessários à atividade, ou seja, escolhida justamente a margem livre de vegetação, onde o sedimento retirado pudesse ser colocado ali e só depois realizar a recomposição do talude/margem, evitando que o material pudesse retornar para dentro do córrego, atendendo a controles ambientais”, confirmou o secretário.

Para o empresário Adriano, da Panper Material de Construção, a atual administração está trabalhando bem e vem trazendo muitas frentes de trabalho para o município, o que tem gerado renda e desenvolvimento para Fundão.

“Estou aqui há dez anos e, nesses últimos tempos, eu não vi grandes projetos. O município tem um déficit muito grande em todas as áreas e não serão uma ou duas gestões que vão conseguir equilibrar essa demanda. Vejo com bons olhos e apoio todos esses projetos da atual gestão, porque são necessários para o nosso desenvolvimento”, opinou.

*Nota da redação: os guaiamuns habitam um tipo de ambiente bastante específico, vivem em áreas de matas alagáveis, restingas e outras fisionomias de vegetação que circundam os manguezais

Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

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