Paleo & Arqueologia

Navio romano naufragado há dois mil anos é encontrado na Croácia

Amostras de madeira da embarcação já foram enviadas por Pešić para análise na França, o restante da exploração acontecerá no próximo ano

Arqueólogos foram surpreendidos ao encontrarem um navio romano de aproximadamente dois mil anos submerso no mar de Sukošan, na Croácia. A descoberta foi feita por uma equipe de especialistas do Centro Internacional de Arqueologia Subaquática (ICUA) em Zadar e publicada no Facebook.

De acordo com a postagem, assim que a embarcação foi encontrada, os especialistas do centro entraram em contato com a Comissão Romano-Germânica de Frankfurt, na Alemanha, para realizar as escavações na região do antigo porto de Barbir.

Em entrevista concedida à Agência Nacional de Notícias da Croácia (Hina), o diretor da ICUA Zadar, Mladen Pešić, disse que em 2017 obras mais profundas na área foram iniciadas. Nesse mesmo local, havia uma vila romana que foi significativamente danificada com as construções modernas, mas, felizmente, uma parte do local que sob o mar está bem preservada.

O barco tem três metros de largura e apenas nove metros de seu comprimento foram explorados até agora. Apesar de algumas partes externas estarem danificadas por animais e outros organismos, o restante do veículo está em boas condições. Segundo Pešić, isso se deve ao fato de que a madeira foi preservada na areia por dois mil anos.

De acordo com o site Zadarski.hr, o espaço romano do porto foi construído em duas fases: a primeira etapa ocorreu no século 1 d.C., quando o local era menor, e a segunda etapa ocorreu em meados do século 4 d.C.

Os vasos de cerâmica e ânforas, lamparinas a óleo e fragmentos de vidro são evidências encontradas que confirmam a datação mais antiga da primeira fase da construção. Sinais de comércio intensivo durante o segundo período são mostradas por descobertas do norte da África. Entre os achados da época, estão cerca de 30 moedas de bronze cunhadas no Império Romano.

A investigação do barco continuará no próximo ano
Já que o navio está em um ponto relativamente raso, os especialistas puderam ficar no mar por um período relativamente longo, que variou de uma hora e meia a duas horas. O líder do projeto está feliz com as condições do barco, pois “ao contrário da maioria dos barcos antigos que afundam e acabam deformados no fundo do mar, este conseguiu manter a forma”.

Amostras de madeira da embarcação já foram enviadas por Pešić para análise na França, a fim de saber se sua produção era local ou de outras regiões. A investigação da segunda metade do navio está marcada para o próximo ano. Até lá, o local em seu entorno será protegido por camadas de areia, material geotêxtil e pedra.

Fonte: Olhar Digital

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