Animal pré-histórico brasileiro é descoberto em nova pesquisa

Devido à similaridade física entre esses répteis antigos com os jacarés, os pesquisadores suspeitam que eles cultivassem os mesmos hábitos

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, e da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), em Minas Gerais, descreveram uma nova espécie de réptil que conviveu com os primeiros dinossauros.

O Rio Grande do Sul além de ser um estado conhecido por ter abrigado alguns dos fósseis de dinossauros mais antigos do mundo, também produz registros de diversos outros organismos que conviveram com esses répteis. O animal descoberto no município de Agudo (RS), pelo paleontólogo Rodrigo Temp Müller, possui cerca de 230 milhões de anos.

Foi recuperada uma perna completa, que possibilitou a identificação e classificação da criatura como sendo um proterochampsídeo. Trata-se de um grupo primitivo de répteis encontrados apenas no Brasil e na Argentina, que lembra muito os jacarés e crocodilos.
O exemplar encontrado foi reconhecido como uma nova espécie e recebeu o nome de Stenoscelida aurantiacus. O nome Stenoscelida tem origem grega e significa perna delgada, portanto, o nome faz alusão às dimensões do réptil, que possui os membros posteriores mais finos em relação aos seus parentes próximos; já o nome aurantiacus é derivado do latim e significa laranja. Esse segundo se refere à coloração alaranjada dos leitos rochosos de onde o fóssil foi escavado.

Réptil encontrado se parece com jacaré
Devido à similaridade entre esses animais com os jacarés, os pesquisadores suspeitam que eles também devem ter vivido próximos a corpos d’água e se alimentavam de maneira análoga aos répteis modernos. Para os pesquisadores, o ponto mais importante dessa descoberta está relacionado com o bom estado de preservação do exemplar.

Graças a esse fator, foi possível obter informações importantes, como a presença de certas estruturas no fêmur que serviam como pontos de fixação dos músculos e eram mais comumente encontradas em dinossauros. Além disso foi possível compreender como os tecidos permitiam a locomoção dessa espécie e quais características comuns aos dinossauros já ocorriam em formas mais primitivas e quais surgiram de forma independente ao longo da evolução.

Fonte: Olhar Digital