Câncer de pulmão: descoberta pode revolucionar tratamento contra a doença
Estudo desvendou nova forma de trabalhar com proteína específica, ajudando o sistema imunológico
Uma equipe de cientistas liderada por pesquisadores da Universidade de Edimburgo descobriu que altos níveis da proteína toll-like receptor 2 (TLR2) em tumores podem ajudar a controlar alguns dos mecanismos de defesa do corpo quando ocorrem mutações cancerígenas nas células, principalmente no que diz respeito ao câncer de pulmão, um dos mais incidentes no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Publicada na revista Cell Reports Medicine, a análise de dados de amostras de tumores humanos revelou que pacientes com altos níveis de TLR2 nos estágios iniciais de câncer de pulmão aumentaram a sobrevida em comparação com aqueles que tinham níveis mais baixos.
Além disso, a partir da descoberta, uma droga conhecida por ativar a proteína foi usada em um modelo de camundongo geneticamente modificado com a doença. Os resultados apontaram que o medicamento, surpreendentemente, também reduziu o crescimento do tumor pulmonar.
A proteína TLR2 está presente no sistema imunológico, desempenhando um papel importante na defesa do corpo e no reconhecimento de patógenos. Ela também está ligada à senescência, processo natural de envelhecimento das células humanas no qual elas param de crescer e liberam uma variedade de produtos químicos e outras proteínas que fornecem sinais de alerta e defesas contra o câncer. As células senescentes estão presentes nos cânceres de pulmão iniciais, mas não estão mais presentes em cânceres em estágio avançado, sugerindo, segundo os autores, que a senescência pode prevenir a progressão do câncer.
Detecção precoce é vital no tratamento do câncer de pulmão
No Brasil, dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) mostram que a mortalidade do câncer de pulmão é a maior em homens e a segunda maior em mulheres. A taxa de sobrevivência de cinco anos para câncer de pulmão em estágio avançado é de apenas 6%, mas se for diagnosticada em estágios iniciais o número aumenta para 50%. Os pesquisadores dizem que o avanço pode ajudar a detectar a doença mais cedo e melhorar o tratamento do câncer de pulmão.
Quem são as pessoas consideradas com alto risco de câncer de pulmão?
De acordo com o médico, fumantes, ou quem parou de fumar há menos de 15 anos, entre 50 e 80 anos, que consumiram um maço de cigarro por dia durante um ano ou o equivalente a isso, devem fazer anualmente uma tomografia computadorizada de tórax com baixa dose de radiação. Um tipo de tomografia que utiliza pouca radiação, mas que identifica lesões pulmonares que podem ser câncer.
Vale destacar que, embora o tabagismo esteja na origem de 90% dos casos de câncer de pulmão, pessoas não fumantes também podem desenvolver o tumor, sendo, claro, mais raro.
Fonte: Olhar Digital