Paleo & Arqueologia

“Obra-prima” do Egito Antigo mostra detalhes impressionantes

Uma pintura na cidade Amarna, no Egito, retrata pássaros em uma região pantanosa, agora cientistas identificaram as espécies representadas

Uma pintura egípcia datada de mais de 3300 anos atrás mostra pássaros voando e uma vegetação pantanosa. O interessante é que, mesmo muito tempo depois, os cientistas ainda podem nomear as espécies presentes na “obra-prima”. A pintura está localizada na atual cidade de Amarna, a 300 quilômetros da capital egípcia, Cairo.

A obra pintada nas paredes da antiga capital egípcia de Akhetaton, atual Amarna, já havia sido estudada anteriormente e chegaram até a examinar os animais e plantas retratados. Entretanto, na nova pesquisa, os arqueólogos foram mais fundo na investigação das formas de vida.

Entre as aves retratadas estão pombos-das-rochas (Columba livia), martim-pescador-de-coleira (Ceryle rudis), um picanço (Lanius collurio) e uma alvéola-branca (Motacilla alba). Os pesquisadores usaram pesquisas ornitológicas e taxonômicas anteriores para definir as espécies. Além disso, ela também retrata pântanos de papiro e nenúfares, plantas aquáticas da família da flor-de-lótus e vitória-régia.

Os pássaros martin-pescador e pombos-da-rocha retratados nas pinturas podem ser encontrados até os dias atuais no Egito. Os pombos-da-rocha são aves selvagens dos penhascos desérticos da região, e não aos pântanos de papiro como retratados. Os pesquisadores acreditam que a escolha de representar esse pássaro na obra, foi simplesmente para deixar mais bonito.

Entretanto, o picanço e a alvéola-branca são espécies migratórias do país, sendo comuns de agosto a novembro e de outubro a abril, respectivamente. A retratação dessas aves são um pouco diferentes da realidade, suas caudas são retratadas em formas triangulares. Os egiptólogos acreditam que essa estética é justamente para indicar que elas eram espécies sazonais do Egito.

Obras do Egito foram descobertas no século passado
As pinturas foram descobertas entre 1923 e 1925 e a obra original não existe mais. As representações que se encontravam no local que hoje é conhecido como Quarto Verde, eram frágeis e, na tentativa de preservá-las, em 1926, os pesquisadores acabaram estragando. O consolidante usado para fortalecer a pintura acabou descolorindo e escurecendo as figuras. O estudo recente é feito com base em uma das fac-símiles, cópias, das obras.

Os pesquisadores acreditam que o Quarto Verde foi construído para que a família real pudesse relaxar. Eles ainda vão além, ao teorizar que ele também possuía plantas e música tocada.

Uma sala adornada com, em qualquer medida, uma obra-prima da arte naturalista, cheia de música e perfumada por plantas cortadas, teria sido uma experiência sensorial notável”, escreveram eles no artigo.

Foto: Museu Metropolitano de Arte de Nova York/Publicações de Antiguidades Ltda.

Fonte: Olhar Digital

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