Medicamentos antipsicóticos podem servir para tratamento de diabetes tipo 2
Um grupo de pesquisadores descobriu que uma classe antiga de drogas antipsicóticas pode servir como tratamento para diabetes tipo 2
Pesquisadores descobriram que uma classe antiga de drogas antipsicóticas podem se tratar de uma nova opção de terapia promissora para pessoas com diabetes tipo 2. A nova abordagem pode ajudar a preencher uma necessidade entre os pacientes que não podem fazer outros tratamentos atualmente disponíveis.
O motivo disto, como explica o pesquisador, é que a droga metformina é uma das terapêuticas mais comuns para diabetes tipo 2, mas cerca de 15% dos pacientes não conseguem tomá-la. Outro tipo de classe de drogas comumente usadas (secretagogos de insulina) para tratar o diabetes não é tão eficaz para pacientes em estágio avançado, que também precisam de uma opção diferente.
Pensando nestes pacientes, Ussher e sua equipe voltaram sua atenção ao mecanismo da succinil CoA: 3-cetoácido CoA transferase (SCOT), uma enzima envolvida no processo do corpo de produzir energia a partir de cetonas. Eles usaram modelagem de computador para encontrar drogas que poderiam potencialmente interagir com SCOT e chegaram em uma geração mais antiga de drogas antipsicóticas, uma classe de drogas chamada difenilbutilpiperidinas, ou DPBP.
Ussher e sua equipe já haviam descoberto que um medicamento específico dentro desta classe chamado Pimozida poderia ser reaproveitado para ajudar a tratar o diabetes, mas desde então eles expandiram seu foco para ver se mais da classe DPBP também poderia ser útil para tratar a doença.
O reaproveitamento pode ser eficaz porque capitaliza uma característica principal da maioria das drogas: elas não se restringem a apenas um alvo no corpo. Como explica Ussher, a maioria das drogas, na verdade, tem vários alvos que podem ser influenciados.
Isso é o que o laboratório de Ussher fez ao reconhecer que a classe de drogas DPBP poderia ter como alvo a atividade SCOT, bem como os receptores de dopamina que ela tem como alvo em seu uso original pretendido para tratar psicoses. O conhecimento desses alvos originais também pode fornecer um contexto valioso ao refinar e melhorar o medicamento reaproveitado.
Como os medicamentos DPBP eram originalmente antipsicóticos, muitos de seus possíveis efeitos colaterais, como sonolência, tontura ou fadiga, surgem de seus efeitos em seu alvo original: os receptores de dopamina no cérebro. O laboratório de Ussher está planejando tentar criar uma versão modificada da classe de drogas que não atinja o cérebro e tenha menos efeitos adversos em potencial.
Fonte: Olhar Digital