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O que era a chamada ‘Cidade Proibida’ da China?

Durante meio milênio, existiram salões que apenas os imperadores chineses podiam pisar dentro da Cidade Proibida

No coração de Pequim, a capital da China, existe um majestoso complexo palacial formado por um agrupamento de construções que não apenas eram o ápice da arquitetura chinesa quando foram erguidas, mas ainda tiram o fôlego de centenas de pessoas todos os anos devido à grandiosidade.

No passado, o local serviu como residência oficial de ninguém menos que o imperador da nação — dadas as suas dimensões, não poderia ter sido diferente. Construído no início do século 15 (entre 1407 e 1420) o palácio foi planejado como um símbolo da prosperidade e força do império.

As proporções das construções que formam o complexo, por exemplo, fazem qualquer pessoa que ande através de seus espaços sentir-se pequena, e isso não é por acaso: a ideologia pregada pelos governantes chineses da época enfatizava a insignificância do indivíduo enquanto glorificava o poder do sistema absolutista, segundo registrado pelo portal Britannica.

Acesso não autorizado

Fachada da Galeria da Harmonia Suprema, a sala do trono (Foto: Wikimedia Commons/Jacob Ehnmark)

Um dos detalhes mais relevantes a respeito do lugar é que não era qualquer um que tinha permissão de atravessar seus corredores. A maioria dos súditos era limitada a observar os prédios do lado de fora de seus muros de 10 metros de altura. 

Funcionários de alta hierarquia, por sua vez, tinham acesso a alguns salões. A família do imperador, como morava ali, podia circular em uma área maior. Alguns cômodos, no entanto, eram reservadas apenas aos pés do líder em si.É esse caráter exclusivo da localidade que lhe rendeu o apelido de “Cidade Proibida“. 

O conjunto palacial foi habitado de acordo com sua intenção inicial durante cerca de 500 anos. Nesse período, duas dinastias passaram por ele, a Ming (1368 – 1644) e a Qing (1644 – 1912), antes do território mergulhar em uma Revolução Comunista que terminou com o absolutismo sendo abolido. 

A China foi declarada como uma República em 1912, colocando um fim à era imperial. Algumas das heranças do passado autoritário chinês, todavia, persistiram, entre elas a Cidade Proibida, cuja arquitetura e importância histórica fizeram com que fosse tombada como Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco em 1987.

Hoje, as portas da antiga residência absolutista, que foi convertida no famoso Museu do Palácio Imperial, estão permanentemente abertas ao público que deseja presenciar o esqueleto de concreto de uma outra era. 

Cômodos mais famosos

Fotografia da Galeria da Harmonia Suprema (Foto: Domínio Público)

O chamado “Salão da Preservação da Harmonia” era um espaço de socialização onde o líder e sua família podiam passar o tempo antes de participar de rituais, segundo informações repercutidas por uma matéria de 2013 da Mundo Estranho. A “Galeria da Harmonia Suprema“, por sua vez, além de abrigar o imponente trono do imperador, era local onde eram realizados eventos importantes — que, em geral, eram relacionados ao governante, como sua coroação, casamento ou aniversário. 

Já a “Galeria de Eminência Militar” era, como seu nome sugere, destinada às reuniões políticas, onde compareciam ministros e oficiais do Exército. A “Galeria da Glória Literária“, também como já revelado por seu nome, consistia em uma biblioteca de catálogo privilegiado, garantindo que os responsáveis pela administração da China tivessem acesso à maior quantidade possível de conhecimento escrito. O “Palácio da Pureza Celestial“, por fim, era onde estavam localizados os aposentos particulares do líder chinês e sua família.

Fonte: Aventuras na História

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