Jogos apoiam aprendizagem integrada de matemática no ensino médio
O projeto “Superação Matemática”, de uma escola pública em Cratéus (CE), realiza atividades lúdicas e colaborativas em diferentes espaços e desperta interesse dos estudantes pela disciplina
Trabalhar a matemática de forma coesa e interdisciplinar com base no currículo do Novo Ensino Médio pode proporcionar uma aprendizagem prazerosa para os alunos do primeiro ano. Desenvolver atividades práticas como jogos, gincanas e dinâmicas, partindo dos conteúdos vistos em sala de aula, apoia a aprendizagem e traz um conhecimento primordial da disciplina, para que os estudantes avancem no conteúdo dos dois anos seguintes.
Essa afirmativa vem dos resultados obtidos com o projeto “Superação matemática” (@superacaomatematica), realizado com os 350 estudantes do primeiro ano (do turno da manhã e da tarde) do Colégio Estadual Regina Pacis, em Cratéus (CE). A proposta é permitir que os alunos construam, por meio de jogos matemáticos realizados em sala de aula ou em outros ambientes pedagógicos da escola, um conhecimento prático, baseado no conhecimento adquirido, com a mediação do professor. O projeto também desenvolve outros aspectos: interação com os colegas, raciocínio lógico, cooperativismo, rapidez, ideias de proporção, além, claro, das diversas operações matemáticas.
Por meio de gincanas divertidas e participativas, os estudantes aprendem na prática, na interação com outros jovens, a compreensão de temas básicos, como: área, subtração, adição, medição de perímetro, divisão, dentre outros temas pertinentes ao ensino de matemática. Construímos jogos e cartas, escolhemos juntos os locais e ambientes onde a parte prática ocorre. Também buscamos parcerias entre os colegas de profissão para a escolha dos dias e horários adequados a todos os colaboradores para que as atividades aconteçam, preocupando-nos também com os alunos maiores envolvidos nas tarefas propostas.
Passo a passo do projeto
São quatro etapas: cada uma delas acontece no fim do bimestre, logo após aplicação das avaliações, e servem de intervenção pedagógica em relação aos déficits de aprendizagem detectados. As atividades são desenhadas para retomar os conhecimentos que a maioria dos estudantes não conseguiu consolidar.
Na primeira etapa, realizamos o “Caminho dos saberes”, atividade com questões de múltipla escolha na qual cada equipe/turma resolve e apresenta a resposta por meio de uma tarjeta com alternativas (A, B, C, D, E), com apenas uma selecionada, aquela que os alunos acham ser a correta. Essa tarefa está diretamente ligada ao objeto do conhecimento sobre conjuntos numéricos, contido no plano de ensino das turmas.
Na segunda etapa, fazemos a “Batalha matemática”, relacionada ao estudo de funções e localização de pontos no plano cartesiano. Na terceira etapa, focamos no estudo da tabuada, uma vez que começamos a estudar funções quadráticas e percebemos a necessidade da compreensão do básico para chegarmos até a parte complexa do conteúdo. Na quarta e última etapa, o dia inteiro é reservado para a diversão. Juntamos sete equipes/turmas na quadra da escola e aplicamos jogos relacionados ao raciocínio lógico matemático (Sudoku, Cubo Mágico, Xadrez, Dama, Torre de Hanoi, Ábaco, Tangram, Tabuando) e jogos que envolviam a arte como fundamento (dança, paródia, grito de guerra, construção de painel).
As etapas acontecem no horário das aulas, em diferentes ambientes da escola, com apoio de vários colegas. Eles disponibilizam todos os horários daquele dia para a realização das atividades. Trata-se de um jeito diferente de aprender e de dar aula, deixar a sala e seguir para outros ambientes também educativos.
A estrutura pedagógica recebeu apoio do Centro de Multimeios (biblioteca), com a ornamentação e a construção de materiais. Já as idealizações das tarefas são feitas por mim e pela professora Suzana, também ligada diretamente com as turmas lecionando eletivas relacionadas aos jogos matemáticos.
O apoio pedagógico vindo da gestão é bastante importante: a diretora Tatiane Castro sempre esteve disposta a atender solicitações destinadas ao projeto, como também apoiar o planejamento financeiro e repasse de materiais de suporte pedagógico aos estudantes. Recebemos apoio também da coordenação pedagógica: a professora Joana inspeciona a frequência e o cumprimento com as tarefas destinadas.
Mesmo os professores que não são da mesma área de conhecimento não medem esforços para nos ajudar, cedendo espaço de aula, dando suporte na execução das tarefas, controlando os ânimos dos estudantes nas arquibancadas, entre outras ações que colaboram para a realização da iniciativa.
Juntos, construímos um saber capaz de superar as dificuldades matemáticas encontradas no ensino em sala de aula.
O que é preciso fazer para replicar o projeto?
É preciso acreditar que, por meio dos jogos, conseguimos fortalecer as aprendizagens tão atingidas por conta das aulas remotas. O projeto colabora com uma nova roupagem em relação ao estudo da matemática, deixando um pouco de lado a parte formal e dando espaço ao lúdico. A parceria entre os pares e o envolvimento dos estudantes fortalecem ainda mais a realização das tarefas.
Fonte: Porvir