Meio ambiente

Qualidade do ar de Vitória continua preocupando ONG

Eraylton Moreschi, presidente da ONG Juntos SOS Espírito Santo, que na próxima semana estará nos agraciando semanalmente com a coluna “Espaço Juntos SOS ES Ambiental”, questionou, através de ofício, ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), sobre os equipamentos que, segundo ele, de procedência francesa, se encontram instalados na Estação 04 – Enseada do Suá/Vitória.

A Coordenação de Qualidade do Ar e Áreas Contaminadas, em NOTA, deu as seguintes informações relativas à operação da estação 04 – Enseada do Suá, formalizada pela Associação Juntos SOS Espírito Santo Ambiental.

  1. A resposta que segue considerou os itens questionados, as informações constantes na documentação apresentada em atendimento as condicionantes presentes nos convênios firmados e no status atuais das melhorias em andamento na RAMQAr RGV.
  2. DA RESPOSTA AOS QUESTIONAMENTOS
    No que tange aos questionamentos apresentados temos a informar o seguinte:
    O que são e para que servem os novos equipamentos presentes na Estação 04, e se tem mais similares que foram instalados em outras estações?
    Conforme observado no relato anexado a OGE, encontram-se instalados na Estação 04 – Enseada do Suá, localizada no Corpo de Bombeiros de Vitória, os seguintes equipamentos:

• Analisador automático de Poeira Sedimentável (PS) — Equipamento localizado na parte superior da estrutura da estação destinado ao monitoramento automático de OS. O equipamento foi adquirido pela empresa ArcelorMittal, em atendimento a condicionante ambiental. Trata-se de equipamento de tecnologia francesa operada pela empresa Aires que atualmente se encontra em fase de operação em fase de teste operacional.
O equipamento em questão consiste em um coletor de poeira que realiza a pesagem do material (poeira sedimentável) por meio de uma balança de precisão, com a periodicidade desejada, no caso de hora em hora. O equipamento possui uma interface de transmissão das informações e são disponibilizados após validação em um sistema próprio;
• Equipamentos de medição de PM10 e PM2,5 — Encontra-se em fase de operação assistida os novos equipamentos de PM10 e PM2,5 da estação 04. Os novos equipamentos foram adquiridos e instalados pela empresa Vale, por meio do Convênio 001/2021, e estão em acordo com as exigências técnicas do Iema para modernização das estações de qualidade do ar;
• A modernização em curso inclui ainda a substituição dos medidores de gases. Contudo, tais equipamentos ainda encontram-se em fase de preparação para instalação pela ArcelorMittal, por meio do convênio 002/2021, o que deverá acontecer nos próximos meses.

Além dos equipamentos que compõem a RAMQAR, está instalado próximo à estação 04 um container — contendo uma estação móvel adquirida pela Ufes junto a empresa Aires e destinada a pesquisa científica. Ressalta-se que o referido container não é integrante da Estação 04 e, portanto, os equipamentos nela contidos não são de responsabilidade do Estado. O Iema não possui informações referentes a situação da pesquisa, uma vez que os dados coletados não são interligados a base de dados do Iema. A Gestão da estação móvel citada é de responsabilidade, única e exclusivamente, da Ufes.

(Foto: ONG Juntos SOS ES)

Se foi dado conhecimento ao Cidadão Capixaba da instalação destes novos equipamentos?
Quanto ao analisador automático de Poeira Sedimentável, informamos que, por se tratar de equipamentos ainda em fase de teste operacional, não foi realizada a ampla divulgação, haja vista a necessidade de se atestar a eficiência do equipamento instalado. Quanto à estação móvel instalada temporariamente no local, não foram localizados registros, por se tratar-se de uma estação sob a gestão da Ufes.

Procede a informação de que o Iema está em processo de retrofit da rede existente e da sua modernização com a inclusão de mais equipamentos, em especial, para monitoramento de PM 2,5 e 10 mícrons de forma mais ampla na RMGV?
Sim. O Iema, por meio dos convênios nos 001/2021 e 002/2021, firmados com as empresas Vale e ArcelorMittal respectivamente, tem realizado uma série de intervenções direcionadas a modernização da RAMQAR RGV através de adequações físicas, elaboração/atualização de estudos e projetos relacionados a qualidade do ar, capacitação do corpo técnico e aquisição de novos analisadores de material particulado, gases e sensores de meteorologia.

Dentre as ações voltadas a aquisição de novos analisadores, destaca-se a instalação de equipamentos de medição de MP10 e MP2,5 em todas as 09 estações de monitoramento localizadas na Grande Vitória. Ressaltamos que a nova estação 10 — localizada no Centro de Treinamento Dom João Batista (Ponta formosa — Praia do Canto), instalada em atendimento a condicionante no 33 da LO no 1213/2018 da Vale, já contará com analisadores MP10 e MP 2,5.

Além disso, está sendo analisada e discutida pela equipe técnica a possibilidade de reposicionamento de algumas estações na região da Grande Vitória, assim como a implantação de novas. Contudo, por envolver muitas questões técnicas e administrativas complexas, essas discussões encontram-se em fase bastante inicial, não sendo possível a divulgação de qualquer informação, visto o nível de imaturidade do projeto.

Para o caso afirmativo. Foi dada divulgação ampla?
A informação acima já consta no site do Iema, haja vista, a necessidade durante a execução das obras para melhorias estruturais, troca e substituição de equipamentos que poderiam resultar em eventual interrupção do monitoramento e divulgação do IQAr.

Fornecer detalhes sobre o processo de retrofit da rede existente e da sua modernização com a inclusão de mais equipamentos, em especial, para monitoramento de PM 2,5 e 10 mícrons de forma mais ampla na RMGV. Conforme mencionado acima, trata-se de intervenções de adequação física e instalação de novos analisadores de gases, material particulado e meteorologia, bem como a instalação de uma estação automática (Estação 10) específica para monitoramento de material particulado.

O processo de modernização do monitoramento considerou a inclusão de parâmetros e reestudo quanto a permanência dos demais parâmetros em outras estações, sendo consideradas a efetividade e a relevância dos parâmetros atualmente monitorado e as práticas atuais adotadas no monitoramento da qualidade do Ar.

O presidente da ONG aproveitou para fazer crítica no modelo de captação de dados (monitoramento) do material particulado.

O monitoramento de material particulado hoje é feito através de coleta continuada de PS por 30 dias consecutivos e ao final temos um resultado expresso em g/m2x30dias. Medição está que não reflete a realidade a poluição por material particulado, pois, temos dias com grande quantidade de material chegando em nossos lares e outros em menor intensidade. Este novo equipamento possibilitará uma leitura mais apurada da poluição horária e diária, onde poderemos até ter indicação de possíveis problemas operacionais em fontes emissoras”, finalizou o presidente Eraylton Moreschi.

Haroldo Filho

Haroldo Filho

Jornalista – DRT: 0003818/ES Coordenador-geral da ONG Educar para Crescer

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