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O que vem depois de março?

Em abril estarei dando uma pausa em minhas atividades. Neste período, tenho a honra de comunicar que quem assumirá esta coluna será outra mulher inspiradora: Juliana Prado

Estamos na última semana do mês de março. O mês dedicado às mulheres vai chegando ao fim. Fizemos uma jornada intensa de reflexão em vários espaços, públicos e privados, sobre violências e direitos. Mas o que vem depois de março?
Um terço das mulheres continuarão sendo mortas por seus companheiros e ex-companheiros? Políticas novas foram criadas para enfrentar essa grave violação de direitos humanos que atinge as mulheres, as famílias e toda a humanidade? Como estão nossas atitudes no dia a dia?

Como caminhará a humanidade? Essa pergunta precisa de uma resposta de todos nós, não apenas do Poder Público. Cada cidadão e cada cidadã precisa fazer a sua parte na construção de uma sociedade segura e de paz para todas as pessoas.
Há quem indique que a origem das comemorações pelo Dia Internacional da Mulher remonta ao ano de 1908, quando 15 mil mulheres marcharam pela cidade de Nova York exigindo a redução das jornadas de trabalho, salários melhores e direito ao voto.

Para outros, o evento originário seria um incêndio ocorrido em 25 de março de 1911, numa fábrica têxtil localizada em Nova York quando morreram os operários que lá trabalhavam. Embora também houvesse homens trabalhadores, a esmagadora maioria era de mulheres. Há uma outra versão que diz que teria havido um incêndio proposital ocorrido no século XVIII e uma suposta greve ocorrida no dia 8 de março de 1857 que, na verdade, não teve existência comprovada.

Clara Zetkin, ativista defensora dos direitos das mulheres, durante a Conferência Internacional de Mulheres Socialistas realizada na cidade dinamarquesa de Copenhague em 1910, deu a ideia da data festiva. Com 100 mulheres de 17 países, a sugestão foi aceita por unanimidade. Mas ainda não foi nesta ocasião que a data foi criada.

Outro momento inspirador, que ficou conhecido como “Pão e Paz”, ocorreu em dia 8 de março de 1917 quando milhares de operárias russas foram às ruas reivindicando melhores condições de trabalho e qualidade de vida, ao mesmo tempo em que pediam a saída da Rússia da 1ª Guerra Mundial. Este fato também é marcado por precipitar o início da Revolução Russa.

O que esses eventos têm em comum? A participação das mulheres, cívica e politicamente, na luta pelos direitos. Eleger um evento como marco para o surgimento da data é desprezar todo um movimento e protagonismo feminino nas discussões por melhores condições de trabalho e de vida para todos e todas.
Embora alguns países, a partir dessas lutas, começassem a instituir de forma local datas comemorativas alusivas ao Dia da Mulher, a data não foi universalizada tão rapidamente. Em 1945, a Organização das Nações Unidas (ONU) assinou o primeiro acordo internacional para a igualdade de gênero. Mas somente em 1975 foi instituído o Dia 8 de março como Dia Internacional da Mulher, a ser marcado pelo reconhecimento da luta pelos direitos das Mulheres.

A data foi sendo apropriada comercialmente e celebrada de certa forma romantizada. Embora todas nós gostemos de chocolates e flores, não podemos deixar que mimos e presentes ofusquem o verdadeiro sentido da celebração: o reconhecimento àquelas e àqueles que lutaram para que muitos direitos fossem reconhecidos, mas também um olhar atento para outros tantos direitos ainda negados.

E por falar em mulheres, no próximo mês de abril estarei dando uma pausa em minhas atividades. Afinal, ninguém é de ferro e todos nós merecemos descanso. Neste período, tenho a honra de comunicar que quem assumirá esta coluna é outra mulher inspiradora. Juliana Prado, foi gestora pública, participou com coragem de um processo eleitoral e é uma empresária que compreendeu a importância deste olhar especial para as mulheres que assumem diversos papéis nesta sociedade. Tenho certeza de que será uma experiência maravilhosa saborear um Café Coado lendo suas enriquecedoras reflexões semanais. Um mês recheado de boas emoções para vocês e até logo!

Mensagens para a coluna poderão ser encaminhadas para o e-mail colunacafécoado@gmail.com

Gracimeri Gaviorno

Gracimeri Gaviorno

Delegada de polícia; mestre e doutora em direitos fundamentais; professora; Instrutora e mentora profissional para lideranças E-mail: colunacafecoado@gmail.com

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