Saúde

Universidades brasileiras criam sensor para detectar Parkinson

Um sensor de baixo custo criado com impressoras 3D capaz de detectar Parkinson foi desenvolvido por universidades brasileiras

Pesquisadores das universidades Estadual de Campinas (Unicamp) e Federal de São Carlos (UFSCar) criaram um novo dispositivo para detectar a doença de Parkinson em diferentes estágios. Ele é feito em uma impressora 3D comum e pode antecipar o diagnóstico, permitindo o tratamento precoce. Além disso, o sensor também pode ser usado para identificar outras doenças.

• Pesquisadores criaram dispositivo para detectar doença de Parkinson em diferentes estágios;
• O sensor é feito em impressora 3D comum e pode antecipar o diagnóstico permitindo tratamento precoce;
• O dispositivo é ativado para reagir com a proteína PARK7/DJ-1, relacionada à doença de Parkinson em níveis abaixo de 40 microgramas por litro;
• O sensor pode ser usado para monitorar a doença ao longo do tempo e alertar médicos e pacientes em caso de alterações nos níveis da proteína;
• A plataforma também pode ser usada para detectar outras doenças, como diabetes tipo 2, infertilidade e alguns tipos de câncer.

Para construir o sensor, os pesquisadores utilizaram um filamento comercial composto basicamente por ácido polilático, um polímero biodegradável, associado ao grafeno, um material condutor. Para criar o dispositivo, os pesquisadores imprimem três eletrodos em plástico e passam por um processo de tratamento químico para torná-los ainda mais condutores.
Em seguida, o dispositivo é ativado para reagir com a proteína PARK7/DJ-1, que está relacionada à doença de Parkinson em níveis abaixo de 40 microgramas por litro.

O sensor indica rapidamente a concentração da proteína PARK7/DJ-1 no plasma sanguíneo humano e em fluido cerebrospinal sintético. A molécula está relacionada à doença de Parkinson em níveis abaixo de 40 microgramas por litro [40 μg/L]”, explica Cristiane Kalinke, pós-doutoranda no Instituto de Química da Unicamp (IQ-Unicamp) e primeira autora do artigo à Fapesp.

Os passos seguintes do trabalho foram imobilizar anticorpos específicos para a PARK7/DJ-1 na superfície dos eletrodos e aplicar o sensor na detecção da proteína em três níveis de concentração: 30 μg/L, 40 μg/L e 100 μg/L. Dados da literatura indicam que a concentração média em pacientes diagnosticados com Parkinson em diferentes estágios é de aproximadamente 30 ± 9 μg/L.

Dificilmente um paciente vai a uma consulta médica em busca de um exame de rotina para detectar Parkinson em estágio inicial — quando há suspeita, provavelmente sintomas físicos e comportamentais já se manifestaram e a doença já está bem estabelecida. Nossa ideia foi construir um dispositivo muito simples e muito barato que permitisse o monitoramento ao longo do tempo e acendesse um alerta para médicos e pacientes no caso de alterações nos níveis da PARK7/DJ-1, o que é especialmente útil se analisado em conjunto com outros biomarcadores”, esclarece Juliano Alves Bonacin, professor do Departamento de Química Inorgânica do Instituto de Química da Unicamp (IQ-Unicamp) e supervisor do estudo, à Fapesp.

O dispositivo é simples e pode ser fabricado em diversos tamanhos, incluindo em miniatura, o que o torna portátil e requer uma pequena quantidade de amostra. Ele pode ser usado para monitorar a doença ao longo do tempo e alertar médicos e pacientes em caso de alterações nos níveis da proteína PARK7/DJ-1.

O estudo também mostrou que a plataforma pode ser usada para detectar outras doenças, como diabetes tipo 2, infertilidade e alguns tipos de câncer.
O novo dispositivo é uma importante inovação na área da saúde, pois permite um diagnóstico mais rápido e eficiente, o que pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes com a doença de Parkinson e outras condições relacionadas.

Fonte: Olhar Digital

Related Posts

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

EnglishPortugueseSpanish